Segundo debate mostra que EUA terão mais dias rancorosos antes de eleição

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 10/10/2016 07h28
MCX11. St. Louis (United States), 09/10/2016.- Republican Donald Trump (L) and Democrat Hillary Clinton (R) at the end of the second Presidential Debate at Washington University in St. Louis, Missouri, USA, 09 October 2016. The third and final debate will be held 19 October in Nevada. (Estados Unidos) EFE/EPA/JIM LO SCALZO EFE/EPA/JIM LO SCALZO Donald Trump e Hillary Clinton ao final do segundo debate presidencial na Universidade de Washington em St. Louis

Foi um debate rancoroso no domingo à noite e Donald Trump venceu não por ser fantástico, como ele gosta de apregoar, mas por ter sobrevivido depois das duas semanas mais atrozes que um candidato presidencial americano já amargou, incluindo um mau desempenho no primeiro debate, revelações constrangedoras sobre seu patrimônio (menos fabuloso do que ele alardeia) e um teipe escabroso.

Hillary Clinton não repetiu o desempenho impecável do primeiro debate. Não escorregou, mas não brilhou e assim estes dois candidatos com altíssima taxa de rejeição vivem para o terceiro e último debate antes da votação de 8 de novembro.

Na verdade, este segundo debate foi ofuscado pela divulgação na sexta-feira do teipe mostrando Donald Trump em ação, 11 anos atrás num ônibus, num papo que ele diz ser meramente de homens num “vestiário”, mas que confirma que ele é um ser que degrada as mulheres.

Trump sendo Trump, desde sexta-feira (e fez isso no debate) pede frouxas desculpas e quer mudar o assunto para as degradações sexuais que marcaram a vida de Bill Clinton e por extensão tratando Hillary como uma “facilitadora” do marido.

O teipe seria suficiente para detonar de vez a candidatura presidencial de qualquer um. No entanto, são tempos extraordinários e Trump, de fato, tem uma base de seguidores. Parte deles se encaixam na definição de Hillary de “deploráveis”. Outros, não deploráveis, seguem o líder e suas falsas promessas de tornar a América grande novamente. E isto explica a inquietante bravata de Trump de que ele pode atirar em alguém na Quinta Avenida e não perder votos.

Claro que Trump está exagerando. O teipe vai lhe custar votos, especialmente entre mulheres, jovens e eleitores independentes. Obviamente que Hillary não é nenhuma santa, mas não faz sentido e é desonesto colocá-la em uma sarjeta de facilitadora de estupro, como Trump e muitos dos seus seguidores fulminam em um momento de desespero na campanha.

Em menos de um mês, os americanos irão votar. Adiante, teremos mais dias nada edificantes nesta campanha rancorosa.

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