Sem filtros, Mídia americana mostra o real Trump
A imprensa americana toma cada vez mais vergonha na cara para cobrir (ou descobrir) o sem-vergonha do Trump. Minha linguagem está ofensiva? Que nada. Estou apenas abrindo mão de forma acintosa da pseudo-objetividade e das falsas equivalências.
É aquilo que diz Katheleen Parker, uma colunista conservadora do Washington Post. Para ela, denunciar Trump se tornou um imperativo moral. O candidato republicano, além de xenófobo, ignorante e despreparado para o cargo presidencial, é um desequilibrado mental que coloca em risco a segurança nacional e a do planetinha.
E a Hillary? Ora, ela não é o Trump, logo, é mais tolerável. Seus pecados estão inseridos nos parâmetros normais. E aquilo que eu já comentei. Nas palavras de Bret Stephens, colunista bem conservador do Wall Street Journal, Hillary Clinton mente taticamente; Donald Trump é alheio ao conceito de verdade.
O basta de boa parte da imprensa aconteceu quando o cara de pau do Trump finalmente aceitou, na semana passada, que Barack Obama nasceu nos EUA (puxa, o brother é legítimo). Trump arrotou que, graças a ele, a pendência fora esclarecida e adivinhe quem disseminara a intriga? Ora, a Hillary.
Foi demais para muitos órgãos da chamada imprensa tradicional, lembrando: Trump tem seus braços de propaganda em veículos como o site Breitbart e amplos setores do império Fox News. O New York Times perdeu de vez os pruridos e, em manchetes sobre Trump, inclui palavras como “mentira”, “falso” e “falsamente alegado”. Mesma coisa na CNN. Sim, verdades devem ser ditas, escritas e exibidas com todas as letras.
Não se trata apenas de indignação. O trabalho investigativo é cada vez mais profundo sobre as trambicagens de Trump como “fantástico” homem de negócios, especialmente as pedaladas na sua fundação e a recusa para revelar sua declaração de imposto de renda, como é praxe entre candidatos presidenciais nos últimos 40 anos.
Para amplos setores da opinião pública, este trabalho digno da imprensa é irrelevante. Afinal, ela está desacreditada. Nestes parâmetros anormais, muita gente que vai votar em Trump acusa a imprensa de, na verdade, ser mentirosa e compra as cascatas do Trump. E, por ora, a simbiose continua vibrante. A imprensa fatura horrores em termos de audiência, vendagem e visualizações ao cobrir Trump e o candidato lucra de forma adoidada com tanto espaço. E eu? Ora, falo de Trump pela enésima vez neste espaço.
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