Sem preconceito: Entenda a automutilação

  • Por Leo Fraiman / Jovem Pan
  • 11/03/2014 10h23
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Foto: Reprodução adolescente

A automutilação é uma prática crescente, principalmente entre os adolescentes, e ainda é um assunto tabu, pouco discutido e mal compreendido.

Muitos acreditam que o ato de se cortar, de agredir a si mesmo, é uma tentativa de suicídio ou uma forma atabalhoada de chamar a atenção, coisa de gente mimada. Ao contrário disso, se ferir é o meio encontrado por alguns jovens de aliviar a própria dor emocional gerando outra dor, a física. É uma fuga, um escape. O cérebro tende a aceitar esta “troca” de uma dor por outra; e todo este processo, claro, se dá de forma inconsciente.

Na maioria dos casos, a automutilação é desenvolvida a partir de transtornos depressivos, alimentares, bullying, entre outros. Com o tempo, a pessoa até começa a sentir prazer na dor, o que incentiva a prática a continuar provocando “alívio” momentâneo dos problemas internos.

Apesar de ser pouco debatido, o “cutting” – termo usado para a prática de mutilação – afeta muitas pessoas, em especial jovens mulheres. A ansiedade excessiva é um dos sintomas que influenciam este comportamento.

Quando estamos diante de uma pessoa que apresente este tipo de comportamento, o primeiro passo é aprender a ouvir o que ela sente, fazendo um esforço para “calçar seus sapatos”. O que pode parecer simples para você, talvez seja motivo de intenso sofrimento para os outros.

Palavras de apoio, encorajamento, carinho e presença ajudam muito, mas nem sempre resolvem. Em muito casos, é importante orientar a pessoa a procurar a ajuda de um psicólogo, para que seja reestabelecida a autoestima, construindo novos hábitos para lidar com o que lhe traz sofrimento.

Leo Fraiman é psicoterapeuta (CRP 06/40544), mestre pela USP, palestrante, escritor e acaba de lançar os livros “Projeto de Vida 100 Dúvidas”, “Vestibular Sem Medo e Sem Stress”, “GPS Profissional” e “Como Ensinar Bem”.

Colaboração: Laura Stoppa e Débora Fiorini, jornalistas.

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