Será que dessa vez sai mais um projeto da China?

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2015 10h37
Roberto Stuckert Filho/PR Dilma anuncia acordo com premiê Chinês

Até que em fim vamos ter uma ligação ferroviária entre o Atlântico e o Pacífico, cortando o Brasil?

Na recente visita do primeiro ministro chinês, Li Keqiang, o Palácio do Planalto divulgou projeto de uma ferrovia transoceânica, ligando o atlântico brasileiro ao Pacífico peruano. Seria uma linha férrea com 4.500 km. Segundo Dilma, ela atravessará os Andes. Por que se não atravessar os Andes não chega no pacífico, né? O custo: de US$ 5 bi a US$ 10 bilhões de dólares.

O jornalista Hélio Gaspari, em sua coluna na Folha de S. Paulo e no Globo lembrou que, em 2004, o Lula adotou um projeto de ligação ferroviária entre Campinas e São Paulo. Era o trem bala. O governo não gastaria um tostão, seria tudo por conta da iniciativa privada. Seria para a Copa do Mundo.

O Brasil levou de sete da Alemanha, e o trem bala não levou um só torcedor. Mas pode ser para as Olimpíadas, se não der para a Copa do Mundo. É claro que não será possível transportar a torcida para os ginásios nas disputas de medalhas no Rio.

Aí o Hélio lembrou de uma visita que fez o mandarim chinês Tong King-sing ao imperador D. Pedro II, em 1883. Que a burguesia brasileira queria muito substituir os escravos africanos por imigrantes, e ele veio com a ideia maravilhosa que o imperador simplesmente descartou. Ele não tinha marqueteiro para dar-lhe ideias.

Naquela época, tínhamos um grande escritor e cronista e, segundo o Hélio citou, Machado de Assis fez uma crônica, dizendo que recebeu uma carta de Tong que disse: “Xulica Brasil pará; aba lingu retórica, palração, tempo perdido, pari mamma”.

É, mais ou menos, este o comentário a ser feito sobre o trem chinês. Como lembrança. Uma lembrança a mais. A lembrança da famosa piada do mineiro que comprou um bonde no Rio de Janeiro, né? Será que ainda há algum brasileiro que compre esses trens do marketing do planalto e do PT?

É de duvidar, mas também ninguém pode garantir que não tenha quem compre, né? Como diz o Fred Navarro, grande dicionarista nordestino, no twitter, antes de ir entregar os 50 bilhões que tá prometendo agora, a China podia entregar os 24 que promete desde 2011. É isso aí..

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