Será uma longa e penosa guerra contra o terror do Estado Islâmico

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 16/11/2015 12h46
Foto registra momento em que policial começa a ação dentro do bataclan EFE Noite trágica em Paris. Confira as fotos e veja a reação da população durante atentado

No especial do programa Manhattan Connection da Globonews, no domingo à noite, do qual participo, fizemos a loteria macabra. Em solidariedade, entre outras cidades vítimas do terror, já fomos novaiorquinos, madrilenhos, londrinos e agora novamente parisienses.

E o que seremos em seguida? O consenso na bancada é que outra grande cidade europeia pode ser alvejada pela barbárie do Estado Islâmico, Al Qaeda ou outro grupo de radicais islâmicos. Eu fui um dos com a aposta específica: Roma, a capital do catolicismo, do cristianismo, é um alvo preferencial destes paladinos da barbárie que ainda estão combatendo os cruzados.

E novamente Nova York? Claro que nossa loteria macabra é aleatória. Nós estamos apenas fazendo apostas levianas, enquanto os terroristas passam dia e noite pensando qual é o melhor alvo? Onde haverá mais impacto? Onde existem mais falhas de segurança?

Nova York e cidades americanas parecem ser alvos menos prováveis do que grandes cidades europeias. Vários atentados foram abortados aqui desde o 11 de setembro de 2001. Trabalho eficaz de prevenção e quem sabe mera sorte da gente. E existe um outro fator: em grande parte os recrutas ocidentais do Estado Islâmico procedem da Europa e na liderança está a França. São bem menos procedentes dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Por esta razão, além de Roma, eu especulo que Paris pode ser uma vítima reincidente.

Deixando de lado, a loteria macabra, sou fatalista na minha análise. O ataque terrorista faz parte da paisagem. Esta gente sem escrúpulo e sem fronteiras morais e literais está para matar e destruir. Nunca haverá prevenção 100%. E retaliações são inevitáveis e justas.

Os franceses não vão deixar por menos e haverá uma intensificação dos ataques contra o Estado Islâmico, especialmente na Síria. Que ironia, existe uma imensa coalizão contra o grupo, da qual participam até outros grupos terroristas como o Hezbollah libanês e mesmo assim o mundo continua vulnerável.

Resta saber o grau de efetividade e estar consciente que haverá a contra-retaliação. Infelizmente, este é jogo. Tragédias vão ensinar a civilização a reagir de forma mais inteligente e efetiva ao terror islâmico. Precisamos ter perseverança e reconhecer que será uma longa e penosa guerra.

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