Sistema político não vai mudar com a representação política que temos

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2015 21h13

Deputados já aprovaram duas MPs do ajuste fiscal de alterações no seguro-desemprego e na pensão por morte

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Plenário Câmara dos Deputados

Pergunta: Pra alguma coisa está servindo toda essa serie de votações da chamada “reforma política”, na primeira rodada, na Câmara dos Deputados?

Resposta: Eu acho, por exemplo, que a permissão para que empresas possam doar para partidos e não mais para candidatos, embora represente uma restrição agora, é absolutamente incoerente, por que empresa não vota, então, não há nenhum, sentido para a empresa doar, que não seja com intenção de corromper o estado, o candidato, alguém para quem ela doe.

De qualquer maneira, a solução imaginada pelo PT de financiamento público da campanha, além de ser lesiva ao interesse do contribuinte é, também, um grande incentivo à corrupção dos partidos pela doação do dinheiro do contribuinte.

Várias tentativas de mudar a atual regra eleitoral caíram na Câmara, e algumas outras vão cair. Mas eu gostaria de discutir algo mais profundo. O que eu acho a grande vantagem dessas votações agora são, que elas jogam para as calendas, novas tentativas de reforma política que são apenas tentativas de enganar trouxa.

O PT e a presidente Dilma são “useiros e vezeiros” a responder a qualquer manifestação nas ruas como sendo uma tentativa do povo de fazer uma reforma no sistema político vigente, o que não é verdade.

O que é verdade e que nenhum partido: nem o José Serra, do PSDB; nem o Eduardo Cunha ou o Renan Calheiros, do PMDB; nem a Dilma ou o Lula, querem aceitar, é o seguinte: as reformas políticas são, como se dizia antigamente, “lanas-caprinas”, não têm a importância que eles querem dar, para o cidadão.

Pode até ser que o sistema político brasileiro não seja bom. E não é. Não há, porém, nenhuma possibilidade de vir a melhorar com a representação política que nós temos. Então é nós vivermos com essa realidade. Até porque, a crise econômica e o descrédito político são tão grandes que isso aí passou a ter uma importância muito menor do que a importância que lhe dá.

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