Situação da Ucrânia não vai nada bem
Reinaldo, e a Ucrânia, hein? Parece que a situação vai indo de mal a pior.
É, bem não vão, estão tomando um péssimo rumo. Há levantes de russos em vários pontos do leste do país. Neste domingo, um confronto entre separatistas e forças legais fez cinco feridos e matou um oficial de segurança do Estado. O governo provisório mandou forças militares para a região para recuperar prédios públicos ocupados e tentar conter a ofensiva. A ordem é usar o rigor extremo se necessário.
O governo da Rússia já protestou e deixou claro que se sente impelido, se preciso, a defender a maioria russa da região. Vale dizer, recorrerá à força militar. Moscou fala no risco de uma guerra civil e já deixou claro que não descarta, se for o caso, um conflito militar com o outro país. Vladimir Putin deslocou nada menos de 50 mil homens para a fronteira.
Pois é, e agora? Parece evidente que a Rússia, quando menos, não está desestimulando os separatistas, o governo ucraniano acusa o país vizinho de organizar e insuflar o conflito. Depois do que se viu na Crimeia, como duvidar?
Vejam bem. É claro que se só um pouco disso for verdade, e muito deve ser verdade, a Rússia está violando acordos internacionais e que ela própria é signatária. É moral e politicamente inaceitável? É. Mas e a realidade de fato?
Antes de dar um pé nos respectivos traseiros da Rússia e do presidente, não custa lembrar, legitimamente eleito, Vitor Yanokovich, os líderes dos revolucionários de Kiev deveriam ter levado em consideração a vizinhança. Sim, vizinhança é um critério importante da política externa e das relações internacionais desde que o mundo é mundo.
Quando os Estados Unidos, por exemplo, há alguns anos, decidiram mandar mais alguns assessores militares para a Colômbia, no programa de Cooperação e Combate ao Narco-Terrorismo das FARC, sabe quem protestou? O Brasil, considerou que os americanos estavam interferindo excessivamente na América do Sul.
É evidente que não estou condescendendo com os motivos de Putin, mas avalio, desde o começo dessa crise, que tanto o Ocidente como as novas lideranças da Ucrânia, deveriam ter levado em conta a reação russa, com quem a Europa também não quer bater de frente por causa do gás.
Infelizmente é preciso fazer a pergunta: o leste da Ucrânia vale uma guerra das potências ocidentais contra a Rússia? É evidente que a resposta é “não”, e Putin sabe disso.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.