A situação é insustentável e o chavismo é intolerável

  • Por Caio Blinder
  • 19/05/2016 10h09
EFE maduro
A última quarta-feira (18) foi mais um dia de protestos nas ruas das principais cidades da Venezuela, com os manifestantes exigindo que a lei seja cumprida e, dessa forma, realizar o referendo revogatório para dissolver o mandato de Nicolás Maduro. A imensa maioria dos venezuelanos querem que a consulta ocorra para encerrar o desgoverno chavista. 

Mesmo nos bastiões chavistas, existe desencanto. O regime faliu. O chavismo é uma trágica palhaçada. E imaginem: o sucessor é a caricatura de uma figura já caricatural do antecessor, o próprio Hugo Chávez, seu mentor, que morreu há três anos.
Como diz um editorial do jornal Financial Times, a Venezuela é o maior fracasso do hemisfério ocidental. Era terrível com Chávez, é simplesmente catastrófico com Maduro, o ex-motorista de ônibus que desgoverna o país e enxerga conspiracões em todas as partes, inclusive em Brasília. Sim, o líder protesta contra a falta de democracia no Brasil, enquanto tenta consolidar uma ditadura em seu país.
Nos protestos de quarta-feira, em Caracas, foi tirada uma foto emblemática. Um manifestante usava um colete no qual estava escrito “não há comida”. O civil se postou diante de um pelotão da Guarda Nacional Bolivariana para registrar sua revolta. Esta é a Venezuela em maio de 2016: carestia de tudo, menos de repressão. Lembrando o óbvio: o governo de Caracas está na iminëncia do colapso econômico e político, da bancarrota financeira e, potencialmente, de uma crise humanitária.
O país sente falta de gêneros básicos e remédios. Além de protestos políticos, pipocam os saques. A produção de petróleo está em baixa, como se não bastasse a queda dos preços deste combustível que representa 96% das exportações.
Com os apagões de energia, são apenas dois dias de trabalho nas repartições públicas. Apenas as forças de segurança trabalham em tempo integral. As projeção de inflação para 2017 beiram os 2000%,eu repito, 2000%! A contração da economia este ano será de 8%. 
A situação é insustentável. O chavismo é intolerável.

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