Só falta Haddad ficar nu pra chamar sua atenção! Mas a popularidade despenca
O homem já fez de tudo. Já tocou uma guitarra vermelha. Já andou de ônibus — com segurança por perto, é claro! Já botou capacetinho e, todo catita, foi andar de bicicleta numa ciclofaixa… Mas quê!
Pesquisa Ibope encomendada pela Rede Nossa São Paulo atesta: em 12 meses, a popularidade do prefeito da maior cidade do país, que já não era nada boa, piorou: antes, eram 40% os que achavam a sua gestão ruim ou péssima: agora, são 56%. Há um ano, apenas 15% a consideravam ótima ou boa; agora, 13%. Os que pensam ser regular passaram de 45% para 31%.
Foram entrevistadas 1.512 pessoas, entre os dias 30 de novembro e 18 de dezembro. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
O que explica?
O que explica esse desempenho pífio? Suspeito que seja a qualidade da administração, não é mesmo? Haddad se elegeu prometendo zerar o déficit de creches. Ele cresceu. Haddad se elegeu prometendo um plano miraculoso de desenvolvimento integrado da cidade — um tal Arco do Futuro. Nunca saiu do papel. Haddad se elegeu prometendo revolucionar a qualidade do atendimento à saúde, mas…
Segundo a 7º edição da pesquisa IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), os moradores afirmam que o serviço piorou. Há relatos de aumento de tempo de espera de consultas e de exames. As primeiras passaram de 56 para 82 dias; os segundos, de 78 para 98. Para procedimentos mais complexos, a espera saltou de 169 para 186 dias.
Creche e saúde!!! São serviços cuja importância é muito maior para as camadas mais pobres. Mas não se diga que Haddad é um descuidado! Não!
Vejam a sua obsessão por ciclofaixas. A cidade é rasgada por aquelas hediondas listras vemelho-amarronzadas, em que, no mais das vezes, não se vê vivalma sobre rodas. A obsessão se dá em óbvio prejuízo das condições gerais de mobilidade. O que poderia ser o início de uma nova política se transformou numa tara autoritária.
Se as faixas de bicicleta progrediram, os corredores de ônibus ficaram para as calendas. O asfaltamento da cidade está em petição de miséria, como raramente se viu. A sensação óbvia é de abandono. Não obstante, atendendo à demanda de grupelhos de endinheirados radicalizados, Haddad fecha a Paulista aos domingos, cria dificuldades adicionais para os usuários de ônibus, diverte-se com os seus fanáticos.
Não ficou por aí. Cismou de reduzir a velocidade nas Marginais e depois propagandeou números manipulados sobre a queda de acidentes e mortos por atropelamento, uma tendência que se revelou na grande São Paulo e no Estado, incluindo as estradas. Vale dizer: a medida adotada pela Prefeitura é apenas autoritária. Os fatores que explicam os números são outros.
Mas ele segue adiante, impassível, brincando de fazer a reengenharia da humanidade. A decisão estúpida mais recente, além de inconstitucional, é impor a mais de 30 mil taxistas o silêncio obsequioso quando estiverem conduzindo o veículo: não podem conversar com os passageiros sobre política, futebol ou religião.
Vocês conhecem a sede que têm as esquerdas, não é?, de determinar o que os outros devem pensar, dizer, escolher.
Haddad é o prefeito ideal para os comunistinhas de luxo, que olham cheios de nojo para os pobres e pensam secretamente, sem que tenham coragem de dizê-lo: “A gente merece governar um povo muito melhor, que esteja à altura dos nossos anseios, das nossas ideias, das nossas utopias”.
Bem pensado, essa é a história do socialismo. É por isso que os esquerdistas mataram quase 200 milhões de pessoas no século passado: era o homem real atrapalhar a ideia que eles tinham do homem ideal, logo passavam fogo. Afinal, ninguém tem o direito de impedir a chegada do amanhã, não é mesmo?
Caramba! Haddad ainda vai ficar mais 11 meses e 22 dias na Prefeitura! Tomara que ele trabalhe muito pouco nesse período. Ele rende mais se não fizer nada.
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