Sobra dinheiro, falta vergonha na cara

  • Por Rachel Sheherazade/ JP
  • 14/10/2015 14h01
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Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registra a marca de R$ 1

De janeiro até agora, o governo já arrecadou, em impostos, mais de um trilhão e meio de reais. Eis uma área em que o Brasil é recordista: tributação. A nossa é das mais altas entre os maiores arrecadadores de impostos do mundo.
No entanto, em matéria de retorno de impostos em forma de serviços à população, somos o último país do ranking.

Em comparação ao que pagamos em tributos, nossos serviços são os piores, nossa qualidade de vida é a mais baixa, nosso índice de desenvolvimento humano, o mais vergonhoso.

E entre os piores serviços, o mais terrível é, talvez, a saúde pública.

Estudo do Conselho Federal de Medicina mostra que 93% dos entrevistados consideram o SUS ruim ou péssimo. Dezoito por cento deram nota zero para o Sistema Único de saúde, o mesmo SUS louvado pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Não se sabe se num acesso de cinismo ou total desinformação, em 2010, Lula foi a público afirmar que o SUS era uma maravilha, que “dava vontade de ficar doente para usar o Sistema Único”.

Quando teve oportunidade, no entanto, o ex-presidente não recorreu aos cuidados do SUS, mas correu para o hospital das “zelites”, o Sírio Libanês, assim como fez a presidente Dilma, que jamais se arriscou a usar o serviço público de saúde, um verdadeiro atentado à dignidade dos cidadãos.

O SUS só é ruim porque é destinado ao povo. Por que dele não fazem uso aqueles que deveriam geri-lo com competência e seriedade.

E apesar do “chororô” do governo por mais impostos e mais recursos, não faltam verbas para a Saúde. Segundo o Conselho de Medicina, nos 12 últimos anos, que correspondem, exatamente, à era petista no poder, o governo deixou de usar quase 200 bilhões de reais que foram reservados para a Saúde Pública. Pelo visto, sobra dinheiro. O que falta é vergonha na cara.

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