Sobrevida do regime chavista na Venezuela surpreende
Em várias partes do mundo, 2016 tem sido um ano de mudanças inesperadas e espetaculares com referendos e eleições. Mas, o esperado não aconteceu na Venezuela. Havia expectativa de uma marcha mais acelerada do fim do regime chavista, pois há um ano a oposição ganhou o controle da Assembleia Nacional.
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Mas, como hoje o país é praticamente uma ditadura, os antichavistas não conseguem exercer suas atribuições com o escandaloso bloqueio político e judicial imposto pelo regime presidido por Nicolás Maduro. A companheira Dilma caiu, Fidel morreu, mas o podre continua de pé na Venezuela.
A vitória da oposição em 6 de dezembro de 2015 foi formidável, mas o mesmo se mostra na capacidade de sobrevida do regime chavista em meio ao colapso econômico do país. Maduro ganha tempo, pois a oposição concordou em reativar negociações mediadas pelo Vaticano, que até agora não renderam frutos.
Um ganho para a oposição foi ter conseguido mobilizar o país com maciças manifestacões de rua em meio a muitas promessas feitas com a conquista da Assembleia Nacional pelos partidos que integram a Mesa de Unidade Democrática. Mas, a coalizão mostra suas fissuras sobre como proceder no confronto com o chavismo e isto é aproveitado pelo regime.
A decepção com as mudanças que não ocorreram até agora convive com um cenário de aprofundamento do bloqueio político imposto pelo regime, apesar da persistência da mediação internacional. Na verdade, a mediação abre espaço para mais bloqueio chavista.
Os caminhos políticos e legislativos da oposição estão bloqueados pelo aparato de segurança e judicial do chavismo. O Supremo Tribunal está sob controle férreo do regime e obstáculos sem fim foram colocados para impedir a convocação do referendo revogatório contra Maduro.
A Assembleia Nacional é basicamente uma arena de debates políticos. A Justiça aparelhada pelo chavismo emitiu 35 sentenças, minando as atribuições constitucionais do Legislativo desde que a oposição ganhou o controle parlamentar.
Neste cenário, previsões de mudanças na Venezuela apenas para pior ou de viradas através do povo nas ruas e não com os préstimos diplomáticos do Vaticano.
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