Sociedade espera certeza para encerrar período vergonhoso da história
A revista Istoé antecipa em sua edição deste fim de semana trecho da delação de Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Segundo a revista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dinheiro vivo de propina, de acordo com o empreiteiro.
O montante entregue em espécie não foi divulgado, mas faria parte dos R$ 8 milhões reservados pelo setor de Operações Estruturadas (o “departamento da propina” da Odebrecht) ao ex-mandatário. O maior fluxo de repasses teria ocorrido entre 2012 e 2013, quando o petista já havia deixado o Planalto.
Mas ainda fica a pergunta: cadê o dinheiro? Não basta a delação premiada, “A” dizer isso contra “B”. O réu vai negar. O processo-crime é muito mais do que isso e a expectativa é essa. Que a prova venha para que a sociedade brasileira tenha a exata noção do que aconteceu.
O processo-crime tem que ter a certeza. A dúvida continua favorecendo o acusado.
Nicola Framarino dei Malatesta diz em “A Lógica das Provas em Matéria Criminal”: “O processo criminal é o que há de mais sério no mundo. Tudo nele deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica; nada de suposto, nada de anfibiológico, nada de ampliável”
Cesare Beccaria diz que os homens “deveriam tremer quando decidem da vida e fortuna dos seus concidadãos”.
A sociedade espera que haja essa certeza para que possamos encerrar de vez esse período mais negro e vergonhoso da história de nossa República.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.