A sorte está lançada nos EUA

  • Por Caio Blinder
  • 29/07/2016 10h28
Hillary Clinton.com / Michael Vadon/ Wikimédia Commons Donald Trump e Hillary Clinton

  A sorte está lançada para a eleição de 8 novembro. Donald Trump e Hillary Clinton estão coroados candidatos. Em comum, são dois dos candidatos mais impopulares na história da corrida presidencial.

Foram duas semanas de convenções presidenciais neste verão quentíssimo nos Estados Unidos. Foi quente, mas as coisas não pegaram fogo, não houve incêndios nas ruas ou nos ginásios que sediaram as convenções, Cleveland no caso dos republicanos e Filadélfia, no dos democratas.
HIllary Clinton já era metida à rainha há muito tempo. E tem esta marca histórica de ser a primeira mulher candidata por um dos dois grandes partidos americanos.
No seu discurso de aceitação, na quinta-feira à noite, ela disse basicamente não ser ele, Trump, prometendo uma liderança firme, madura e não os rompantes narcisistas de um bilionário que garante que só ele pode consertar as coisas. 
No seu discurso, Hillary disse que cada geração de americanos se une para tornar o país mais livre, mais justo e mais forte. E, nas suas palavras, “nenhum de nós pode fazer isso sozinho”.
O começo da convenção democrata foi tumultuado com a presença dos inquietos delegados e ativistas ligados ao senador Bernie Sanders, rival de Hllary nas primárias, mas a união foi arquitetada por uma fuzilaria de discursos que, para resumir, bateram em duas teclas: Hillary é uma pessoa sã e competente. Donald Trump é o caos, um perigo para a nação e para o mundo. 
No seu discurso de quarta-feira, o de passagem do bastão,  Barack Obama descartou o tom apocalíptico de Donald Trump ou que os Estados Unidos sejam um país acabado. Pelo contrário. Obama e outros oradores rebateram com um tom que costuma ser mais dos conservadores, de que esta é uma grande nação, a número 1 e que esbanja otimismo e oportunidades.
E, de fato, que contraste com o discurso de Trump na semana passada em Cleveland, tratando Obama como um desastre e Hillary Clinton como uma criminosa. Ironicamente, o partido conservador agora é o Democrata, advertindo que Trump pode trazer turbulências perigosas e virar o barco. E o Republicano é o insurgente, líder de uma revolução.
Nunca escondi minha inquietação com Donald Trump. Acho ele de fato um perigo para a nação americana e para o mundo. É o candidato do caos, do imprevisto e da incapacidade de unir um país. 
Os desafios para Hillary são igualmente imensos, mas concordo com o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, independente, mas que discursou na convenção democrata. Bloomberg disse que Trump é irresponsável, para não dizer insano. O momento exige que os americanos votem em Hillary mesmo que não morram de amores por ela. Em novembro, um voto por sanidade na Casa Branca.

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