STF finalmente libera denúncia contra o anti-aderente Renan Calheiros

O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) tem conseguido se livrar com maestria das garras da Justiça.
Enquanto Eduardo Cunha experimentou uma ascensão e queda meteóricas, o senador alagoano, até aqui, não é réu na Lava Jato, apesar de ser alvo de nada menos que oito inquéritos na operação.
Mas parece que a blindagem absoluta a Renan está chegando ao fim. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, finalmente liberou para a pauta de votação da Corte a denúncia do Ministério Público Federal, que acusa Renan de peculato e falsidade ideológica no rumoroso caso de pagamento de pensão alimentícia a uma filha que ele teve fora do casamento.
Renan é acusado de ter se valido de recursos de uma empreiteira por meio de um lobista para pagar a pensão. O inquérito, que o levou a renunciar à Presidência do Senado à época (depois Renan voltou), é de 2007. A denúncia é de 2013.
Foram tantos recursos da defesa, que o caso se arrasta desde então. O próprio Fachin chegou a liberá-lo para julgamento no início do ano, mas depois voltou atrás.
Parece que a capacidade de Renan de usar recursos para se esquivar da Justiça vai chegando ao fim.
Estranho que não haja no caso do presidente do Senado a mesma indignação estridente da sociedade que ajudou a defenestrar Eduardo Cunha.
Essa mobilização poderia ajudar, por exemplo, que presidente do Supremo, Cármen Lúcia, cuja posse foi um libero contra a corrupção, marcasse com alguma celeridade a sessão de julgamento, que vai analisar se a denúncia cabe ou não e provavelmente tornar o anti-aderente Renan réu.
E então, ministra Cármen Lúcia, quando será?
Renan Calheiros cumprimenta ministra Cármen Lúcia em sua posse como presidente do STF, ao lado de Michel Temer (Wilson Dias/Agência Brasil)
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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