Tecido social e político dos EUA é rasgado na semana do 4 de julho

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 09/07/2016 08h58
Montagens sobre fotos/ EFE Hillary Clinton e Donald Trump

O tecido social e político americano está sendo rasgado e isto na semana da celebração cívica do 4 de julho.

Na noite de quinta-feira, um franco-atirador assassinou em Dallas cinco policiais e feriu outras nove pessoas (sete policiais e dois civis) durante protestos contra a morte de dois negros por policiais brancos nas cidades de Baton Rouge e St.Paul.

De acordo com as autoridades, o atirador disse antes de morrer que queria “matar policiais, gente branca”, na sequência das mortes em Baton Rouge e St. Paul. Há três suspeitos sob custódia policial. Sim, Dallas, não a cidade fictícia do seriado de TV, mas cenário do assassinato de John Kennedy em novembro de 1963.

Tudo isso na semana em que a candidata favorita para vencer as eleições presidenciais de novembro, a democrata Hillary Clinton, escapou de processo criminal pelo uso de um servidor privado de e-mails nos tempos em que era secretária de Estado. Seu rival, o republicano Donald Trump, dispara sem cessar que o sistema é corrupto e fulmina inclusive a ministra da Justiça e o diretor do FBI.

Quando não dispara contra a “trapaceira” Hillary, Trump se ocupa em revisitar suas outras controvérsias da semana: seu tuíte com imagem antissemita e o elogio a Saddam Hussein. Esta semana, as visitas a sites neonazistas estão em alta e um deles qualifica Trump de “líder glorioso”.

O país aguarda o endosso formal de Bernie Sanders, senador e veterano agitador socialista, a Hillary Clinton. Sanders deu o maior sufoco à dinástica Hillary nas primárias democratas, exultando rancor social.

As pesquisas mostram uma profunda insatisfação dos americanos com os dois principais candidatos presidenciais e desencanto generalizado com as instituições. Estamos apenas no começo de julho e de um verão quentíssimo.

Em junho foi o trauma gerado pelo atentado, misto de terror islâmico e homofobia, que deixou 49 mortos, realizado em uma boate gay de Orlando, meca do turismo e coração do reino encantado da Disney.

Dentro de alguns dias serão realizadas as convenções partidárias. O frenesi neste tipo de espetáculo pode ser o maior desde a convenção democrata realizada em Chicago em 1968, marcada por violência e tumulto no evento e nas ruas da cidade.

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