Teimosia de Bernie Sanders mantém primárias americanas a todo vapor

  • Por Caio Blinder
  • 07/06/2016 10h21
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EFE Bernie Sanders

Terça-feira de mais primárias presidenciais americanas. Ainda não acabou graças à teimosia de Bernie Sanders, o rival de Hillary Clinton na maratona democrata. Do lado republicano, Donald Trump já levou, embora continue concorrendo contra a imprensa, os adversários de ontem, de hoje, de amanhã, os reais e os imaginários.

Mas, nesta terça-feira (7), o centro das atenções é Bernie Sanders. Existe um racha no comando da campanha do velhinho ranheta. A encruzilhada se põe no cmainho do senador pelo estado de Vermont: se ele deve abandonar a corrida depois das primárias em seis estados, cerrando fileiras com Hillary Clinton, ou manter a luta até a convenção partidária, em julho, e, talvez, tentar arrebatar a coroa da ex-primeira-dama.

A ala radical da campanha do senador, de forma ilustrativa, é conhecida como Sandersista. São militantes aguerridos que ajudaram na ascensão política de Sanders no pequeno estado de Vermont e no Congresso de Washington. É um pessoal que nunca vestiu a camisa do Partido Democrata. Vale lembrar que Sanders atuava como um socialista independente no Congresso até se filiar aos democratas para entrar na corrida presidencial.

Uma outra ala da campanha está justamente vinculada aos interesses mais amplos do Partido Democrata e teme que o desgaste da luta interna apenas fortaleça Donald Trump. É hora de cicatrizar as feridas e se preparar para a grande guerra de novembro. Nas últimas semanas, Sanders deu sinais de que gostaria de brigar além das primárias desta terça. As pesquisas mostram que ele tem chances na Califórnia, mas não em Nova Jersey, o outro estado importante na jogada.

Mesmo uma vitória na Califórnia seria relativa para Sanders. Na noite de segunda-feira (6), de acordo com os cálculos da agência Associated Press, Hillary alcançou o  número mágico de 2.383 delegados para conquistar a indicação. O total inclui centenas de superdelegados, estes são líderes partidários e políticos eleitos que podem endossar qualquer candidato. A esperança de Sanders era que, derrotando Hillary na Califórnia, o estado mais populoso, ele induziria superdelegados a trocarem de lado, mas estes intermediários não dão mostras de que farão isso. Hillary entra agora para a história como a primeira mulher candidata de um dos dois grandes partidos americanos.

O atual ciclo eleitoral americano enganou muita gente, eu inclusive. Esperava-se muita dificuldade para a união republicana em torno de Trump. Há fissuras, mas, no geral, o partido se curvou ao pirata que o tomou de assalto. Do lado democrata, vemos a longa caminhada de Hillary para a indicação…mancando.

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