Temer quer vencer denúncia de Janot antes do recesso legislativo

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2017 08h55 - Atualizado em 29/06/2017 00h18
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José Cruz/Agência Brasil Michel Temer e Rodrigo Janot - ABR

Michel Temer tem pressa. Após recuperar um pouco do fôlego com a absolvição na Justiça Eleitoral, o presidente se movimenta para que a Câmara arquive ainda antes do recesso de julho a denúncia que o Ministério Público Federal deverá apresentar contra ele.

Acontece que a prorrogação do inquérito pelo ministro Edson Fachin levará a um atraso na apresentação da peça pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Antes esperada para a semana passada ou para esta, a denúncia agora deverá ser endereçada à Câmara apenas no final da semana que vem ou na segunda-feira seguinte.

Restará, portanto, pouco tempo entre a acusação contra o presidente e o fim do semestre legislativo. Aliados do presidente têm dúvida se haverá segurança no apoio de uma base aliada cada vez mais gelatinosa para que Temer arrisque a sorte no plenário. Assim, a aposta mais ouvida na Câmara é que, assim como a reforma da Previdência, a análise do pedido para processar o presidente deve ficar para o segundo semestre.

Além do Planalto, também a equipe econômica tem calafrios diante deste cenário. Henrique Meirelles, que virou uma espécie de primeiro-ministro de um presidente decorativo para o mercado, tem procurado manter a confiança do setor produtivo e dos investidores com a promessa de que a turbulência política será menor na segunda metade do ano. Só isso explica a indiferença dos agentes econômicos com o destino do presidente.

Caso se cristalize a sensação de que a permanência ou não de Temer passará a ser um fator de risco para as reformas, essa indiferença pode se transmutar em retirada do apoio.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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