A temeridade do despreparo

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2014 12h32

É temerário quando a presidente Dilma Rousseff, reeleita pelo voto democrático, depois de quase duas semanas do resultado final do segundo turno, ainda não tenha deixado claro o que pretende fazer no país no seu próximo mandato.

Primeiro porque em reeleição, o vencedor não tem trégua, não tem lua de mel, não conta com a natural paciência do eleitorado com o vencedor oferecendo ao novo presidente um tempo que precisaria para tomar pé das coisas, arrumar a casa do antecessor.

Dilma, reeleita, sucede ela própria. Ou seja, é uma continuidade sem o benefício desse tempo de arrumação.

Aliás, continuidade do quê? Essa é a pergunta que se deve fazer ao governo?

O país vem mal no controle da inflação, com baixo crescimento, aumento da miséria, estagnação socioeconômica e, sobretudo, falta de perspectiva.

E é temerário deixar o país sem respostas convivendo diariamente com as turbulências da economia que, não bastasse o sacolejo que gera instabilidade, não cria nenhuma expectativa que dê sinais de qual caminho se seguirá. E esses sinais só podem vir da presidente com respostas claras sobre a política econômica que pretende adotar e quem será o sucessor no Ministério da Fazenda do demitido Guido Mantega. Além, claro, de quanto será o tamanho do ajuste nas contas do governo que ela própria, a presidente, chamou na entrevista coletiva concedida ontem de “dever de casa”.

Aliás, se Dilma disse que vai fazer o dever de casa, vale a pergunta, sem querer ofender:

Qual dever de casa: o de hoje ou que está está atrasado?

A se ver pelos números da socieconomia brasileira, dos recentes aumentos de juros, energia e combustíveis, trata-se do dever de casa atrasado de aluno displicente que na campanha acreditou na aula de Brasil maravilha.

Aliás, na mesma campanha, a oposição acusava Dilma e o PT de não terem plano de governo.

Parece que tinha razão porque ou Dilma não tinha mesmo ou está com vergonha de fazer o que criticava nos outros.

É temerário continuarmos assim.

 

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