Teremos tempo para colocar Mr. Trump à prova

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 12/11/2016 09h52
PFX3cNUEVA YORK (ESTADOS UNIDOS) 08/11/2016.- El candidato republicano, Donald Trump, saluda a sus simpatizantes después de votar en la ciudad de Nueva York en las elecciones presidenciales que se celebran en Estados Unidos, hoy, 8 de noviembre de 2016. Los estadounidenses eligen hoy a su próximo presidente entre la demócrata Hillary Clinton y el republicano Donald Trump. Clinton, ex secretaria de Estado y ex primera dama, parte en estos comicios con una ventaja de 3,2 puntos porcentuales frente al polémico magnate neoyorquino Donald Trump, según la media ponderada de encuestas que realiza la web Real Clear Politics. EFE/Peter Foley EFE/Peter Foley Donald Trump após votar em Nova Iorque

Mr. Trump veio, viu e venceu. Metido a César, ele vai ficar, conforme a praxe, pelo menos quatro anos no palácio. E obviamente eu vou ficar acompanhando o homem, mas, novamente obviamente, não com esta obsessão que tem marcado meu trabalho nos últimos meses.

Obsessão pode ser saudável e necessária. Trump mereceu pela importância histórica de sua atuação eleitoral e pela gravidade que ele representa.

Está aí o resumo do editorial do jornal Financial Times que se seguiu à vitória dele: Trump representa um “estrondoso repúdio ao status quo. A mais poderosa nação da Terra elegeu um magnata imobiliário sem experiência no governo, metido a homem-forte, desacatador de aliados, do discurso civilizado e das convenções democráticas. Salvo uma versátil mudança de personalidade, a vitória de Trump representa, no valor de face, uma ameaça ao modelo democrático ocidental”.

Bem, teremos tempo para colocar Mr. Trump à prova. Enquanto isso, o mundo ainda gira, e talvez mais loucamente devido à esta entrada em cena do presidente-eleito, agora sim no centro do poder global. Como jornalista eu acompanho campanhas eleitorais ou presidentes americanos desde Jimmy Carter.

Confesso nunca ter visto algo tão bizarro e inesperado como Trump. Bobagem a comparação com Ronald Reagan, que fora ator em Hollywood, mas que, quando eleito em 1980, estava na arena política há um tempão. Já fora anteriormente candidato a presidente e governador da Califórnia.

De Carter a Obama, nenhum presidente desafiou a ordem vigente ou quis desmontar o status quo sob a batuta dos Estados Unidos desde o final da Segunda Guerra Mundial. Agora é esta ameaça representada por este paladino de um populismo reacionário, nostalgia por uma era imaginária e de um inquietante nacionalismo branco e isolacionista.

Será que devo dar um voto de confiança a Trump? Afinal, até Barack Obama fez isso e olha que o presidente foi vítima de uma cruzada racista encenada anos a fio pelo presidente-eleito sobre seu país de nascimento,

Bem, preciso aceitar a realidade e a democracia. Donald Trump é o presidente-eleito deste país no qual vivo e trabalho há muito tempo. Por ora, vou dar um tempo a ele, ou seja, ser menos obcecado.

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