A terrível lição com a morte da criança síria

  • Por Jovem Pan
  • 04/09/2015 19h57
EFE Foto do corpo de criança síria

Que lição terrível pode estar dando a foto do menino morto na praia de uma ilha de veraneio na Turquia, e que emocionou o mundo inteiro?

O cidadão mais famoso do mundo nesta quarta-feira foi Ailan Kurdi, um menino de 3 anos que nasceu em Kobanî, alvo de intensos combates entre Estado Islâmico e militantes curdos.

O menino, morto afogado numa praia de veraneio na Turquia e transportado por guardas turcos, emocionou o mundo. Eu mesmo, acostumado às coisas mais cínicas, chorei muito ao ver essa foto, mesmo sabendo que diariamente morrem migrantes tentando a travessia no Mediterrâneo.

A imagem me ocasionou a possibilidade de uma reflexão que eu peço licença a você para fazer. O jornal britânico “The Independent” diz que “se essa imagem extraordinariamente poderosa de uma criança síria morta em uma praia não mudar a atitude da Europa com os refugiados, o que irá?”.

O jornal traduz, de certa forma, a insatisfação da esquerda ocidental em relação à falta de socorro que os países europeus deixam de prestar a esses refugiados.

Na verdade, o menino, seus parentes (mãe e irmão), são vítimas do Estado Islâmico, são novas vítimas do terror. Não são vítimas bombardeadas em estações, em Israel, não são vítimas mortas na Europa ou nos EUA.

São vítimas sepultadas no Mediterrâneo, o mar histórico que tanto emocionou Fernand Braudel e o levou a constituir um mito na história, e, no entanto, essas crianças são vítimas do terrorismo.

É de esperar que a Europa tenha um comportamento compassivo em relação a esses trânsfugas, mas a verdade é que a consciência esquerdista ocidental precisa tomar conhecimento que essas crianças são vítimas do Estado Islâmico, que destrói monumentos e que mata crianças na Síria, na África, soterrando-as, afogando-as no Mediterrâneo. Enquanto isso não houver, o mundo continuará sendo esse absurdo que é.

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