Trajetória de Frida Kahlo chega ao teatro em São Paulo

Uma vida dedicada a arte e às paixões, uma vida sofrida, repleta de dores no corpo, sequelas do acidente de trem cujas ferragens a deixaram entre a vida e a morte, por mais de um ano. Estou falando da mexicana Frida Kahlo, a artista mais intensa, e talvez mais famosa internacionalmente nos anos 40 que formou ao lado do muralista Diego Rivera um dos casais excêntricos e importantes das artes plásticas no século passado.

Entre amores e traições de lado a lado, Diego Rivera e Frida Kahlo protagonizaram uma relação tórrida, entre Mexico e Paris,  convivendo com artistas, intelectuais e poetas como André Breton, Leon Trostky, com os quais Frida teve casos,  Hemingway, Picasso, Gertrude Stein, e Dali, entre outros… Essa efervescência invejável de toda uma vida chega agora aos palcos, em São Paulo, a partir desse sábado.

Três nomes já são garantia de boa qualidade: Maria Adelaide Amaral que assina o texto, a atriz Leona Cavalli que faz Frida e José Rubens Chachá.

A cena começa em 1940 no momento em que Frida reata seu casamento com Diego Rivera, após um ano de separação. O relacionamento aberto com direito a puladas de cerca, os abortos de Frida, as bebedeiras de Diego e a militância comunista, tudo é narrado em flashback.

Projeções no palco ajudam o espectador a se situar no tempo. A escolha do diretor Eduardo Figueiredo foi mostrar o cotidiano do casal até a véspera da morte de Frida em 1954, logo após uma grande vernissage que a consagra como artista, onde ela chega deitada numa maca.

Um momento dramático do espetáculo é quando Frida descobre que Diego a está traindo com a irmã. Num acesso de raiva, ela corta o cabelo que sempre penteava em coques e faz o celebre autorretrato de cabelo cortado, uma das pinturas projetadas em cena. Não faltam ingredientes picantes nesse drama que inspirou uma das obras mais interessantes do século passado.

Frida y Diego, de sexta a domingo, no Teatro Raul Cortez, aquele do Fecomercio, tem curtíssima temporada até dia 14 de dezembro.