Tratamento de baderneiros mostra que o País pode estar retomando o juízo

  • Por Jovem Pan
  • 23/07/2014 11h52

Reinaldo, por que você diz que o país pode estar recuperando o juízo?

Vou explicar, e me refiro a um aspecto em particular. A insanidade havia tomando conta do país, parece que aos poucos vamos recobrando o juízo. Quem sabe.

Enquanto a Polícia do Rio e o Ministério Público investigavam a rede criminosa que se formou para depredar o patrimônio público e privado, para atacar a polícia e os poderes instituídos e para provocar o caos no país, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, conversava com black blocs. Foram várias reuniões. Os filoterroristas trocavam telefonemas para fabricar coquetéis molotov e planejavam incendiar a Câmara dos Vereadores, mas um dos principais ministros de Dilma Rousseff batia papinho com marginais.

Setores majoritários da imprensa – e não adianta a gente tentar dourar a pílula – não estavam menos doidões do que Carvalho: chamavam baderneiros de “manifestantes” e violência explícita, de “manifestação pacífica”. Aliás, tratam ainda hoje militantes de grupos de extrema esquerda, alguns com clara vocação terrorista e que fazem profissão de fé na violência, como “ativistas”. Eu continuo a não saber o que é isso.

Quando a prisão preventiva de 23 investigados foi decretada, o PT – sim, o PT! – veio a público para criticar a Justiça. Sem conhecer os dados do inquérito e sem ter informações sobre as investigações, emitiu uma nota em que afirmou: “O PT repudia a criminalização das manifestações e defende a ampliação dos espaços de diálogo e participação popular na relação do Estado com os movimentos sociais.”

A nota é assinada por Rui Falcão, presidente do partido; Bruno Elias, secretário de Movimentos Populares, e Rodrigo Mondego, coordenador do Setorial de Direitos Humanos do PT. Esse Rodrigo acompanhou, por exemplo, a advogada Eloísa Samy ao Consulado do Uruguai, com um casal de black blocs. Foram pedir asilo político. Nota: o rapaz tem 18 anos; a moça é menor. Impressionante.

Lembrem-se de tudo o que aconteceu no país de junho do ano passado a esta data, incluindo os dias que antecederam a Copa do Mundo. Não lhes parece impressionante que a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça – cujo titular é José Eduardo Cardozo -, não tenha conduzido uma única investigação de fundo? Nada. A marcha da irresponsabilidade só fazia crescer.

Gravações que vieram a público dão conta da articulação criminosa. Agora, a polícia investiga as fontes de financiamento da baderna. Uma delas seria o Sindipetro-RJ, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, que é filiado à CUT – e isso quer dizer que é vinculado ao PT. Outro é o Sindicato dos Professores do Rio. E, nesse caso, não há surpresa nenhuma. A direção da entidade é ligada ao PSOL. Na greve dos professores das redes estadual e municipal do Rio, a entidade emitiu uma nota em que admitia a parceria com os black blocs.

Do PSOL também é a deputada estadual Janira Rocha, aquela que usou um carro da Assembleia Legislativa para transportar a foragida Eloisa Samy. Ou por outra: uma parlamentar deu fuga a uma procurada pela polícia. É a mesma Eloísa que se fazia acompanhar pelo tal Rodrigo Mondego, do PT. Entenderam?

O partido, que emitiu a nota em solidariedade aos que tiveram a prisão preventiva decretada, agora se cala diante das evidências dos crimes que cometeram. O mesmo faz Gilberto Carvalho. Dilma não age de modo diferente. Toda essa gente, em algum momento, achou que o caos lhe poderia ser útil.

Que Justiça, o Ministério Público e a polícia não se intimidem. O desespero dessas pessoas que não reconhecem a democracia de direito como valor inegociável pode ser a indicação de que o país está recuperando a sua sanidade.

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