Triste é o país que perdeu a capacidade de se indignar

Sábado, milhares de manifestantes se reuniram, em São Paulo, para protestar novamente contra o governo Dilma. A insatisfação com a recém eleita presidente do país coincide com a divulgação de uma pesquisa do instituto Datafolha que revelou: 7 em cada 10 brasileiros acreditam que Dilma Rousseff tem alguma responsabilidade sobre os casos indecorosos de corrupção na Petrobras.

Em bom português, 68% dos brasileiros responsabilizam a presidente pela corrupção. Paradoxalmente, 42% dos brasileiros aprovam o governo, e acreditam que a gestão Dilma é boa ou ótima.

O que explica essa contradição? É que, apesar do Petrolão, os brasileiros não estão mais tão preocupados com a falta de honestidade. Segundo o Datafolha, apenas 9 em cada 100 brasileiros acreditam que a corrupção é o principal problema do Brasil.     

Para a maioria dos entrevistados, a saúde vem em primeiro lugar, e depois a preocupação com a violência. Por desinteresse ou desinformação, o cidadão brasileiro se esquece ou parece não saber que, sem combater a corrupção, não há como melhorar a saúde, a segurança, a educação… ou seja, é impossível curar o Brasil.

Dos males do país, ela é o maior. É graças à corrupção que a saúde vai mal, a educação é precária, a violência prospera, e o cidadão de bem padece.

Por que o dinheiro público que deveria servir à população encontrou, pelo caminho, um corrupto, um corruptor, um político venal, um agente público sem ética, um empresário mal intencionado, uma quadrilha, uma máfia…

Daí, a verba que deveria virar saúde, segurança, educação, vira mensalão, Petrolão, vira dinheiro lavado e depositado em contas de partidos e políticos no exterior.

Vai ver que é por isso que estamos estagnados no ranking da corrupção. Não aprendemos nada com o caso do mensalão. E ninguém mais fala do superfaturamento dos estádios da Copa…

Continuamos mandando ao mundo a mensagem de que, quando o assunto é corrupção, o Brasil não se importa. Triste é o país que perdeu a capacidade de se indignar!