Trump ataca com racismo e antissemitismo

  • Por Caio Blinder
  • 06/07/2016 10h42
Reprodução/Twitter Trump twitter

 Ávido tuiteiro e com sete milhões de seguidores, Donald Trump tem uma visão de mundo resumida de forma fulminante e em um punhado de caracteres ou em alguma imagem emblemática.

O tuíte também faz parte do modo de operação do candidato presidencial republicano. Na verdade, muitas vezes a rede social é a engenhoca de sua campanha de estrutura esparsa e não convencional.

O uso abusivo do Twitter por Trump o mantém como senhor do universo midiático. Nem sempre, é claro, isso funciona a seu favor. Basta ver o último caso. No sábado passado, paradão de notícias nos EUA devido ao o feriadão do 4 de julho, a rival de Trump, a democrata Hillary Clinton, prestou depoimento no FBI como parte da investigação sobre o seu uso de servidor privado de e-mail quando era secretária de Estado.

A notícia era ótima para o bilionário, servindo para reforçar a narrativa de seu discurso de Hillary, a trapaceira, a desonesta, a opaca. Mas Trump sendo Trump, apelou, no sábado de manhã, para uma mensagem ilustrada com a denúncia da corrupção da democrata, pilhas de dinheiro e uma estrela de seis pontas, rapidamente associada à estrela de David e ao simbolismo de antissemitismo.

A polêmica da estrela ofuscou a notícia do depoimento de Hillary ao FBI. Aliás, na última terça-feira, como se esperava, o diretor da Federal norte-americana anunciou que não vai recomendar acusações criminais contra Hillary, embora a tenha admoestado por “extremo descuidado”.

E qual foi a reação do magnata? Com o furor, duas horas mais tarde, o tuíte foi trocado por outro com um círculo no lugar da estrela, mas nada como manter o estilo Trump. Na definição da revista Newsweek: ofender, culpar e repetir. O post com a estrela (que a campanha republicana insiste ser a de xerife ou qualquer estrela) fora extraído das catacumbas da inernet, ou seja, de um site neonazista.

No seu padrão, Trump chocou e, em seguida, culpou a mídia (“desonesta”, na sua expressão) pela controvérsia, que, não vamos esquecer, foi gerada por sua própria mensagem. Não é a primeira vez que o candidato, infatigável para retuitar qualquer lixo que encontra, se inspirou em material neonazista e racista.

Aguardemos o próximo tuíte ofensivo de Donald Trump. 

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