Trump é o sonho estratégico de Putin
O meu guru geopolítico Ian Bremmer, da Consultoria Eurasia, tuitou e foi sucinto: “coisas que o Putin gosta”. Número 1: Trump. Número 2: Make america Not So Great Again.
Para quem não sabe, é um trocadilho preguiçoso com o slogan de campanha de Donald Trump, de fazer com que os EUA sejam um grande país novamente.
Como Trump martelou na quinta-feira no seu discurso de aceitação da candidatura presidencial pelos republicanos, sobre Barack Obama, o país é decadente.
Putin gostou do discurso e da entrevista que Trump deu ao The New York Times. Na entrevsita, ele confirma que é politicamente incorreto. O termo é usado não como elogio, mas como atestado de estupidez geopolítica.
Trump acena com a possibilidade, se eleito, de não garantir a solidariedade automática dos EUA a seus aliados da OTAN em caso de ataque a um deles, se houver agressão russa a um país membro da aliança.
Há quase sete décadas existe o compromisso americano de segurança coletiva da Europa. Mas se Putin despachar tanques na Europa oriental, Trump primeiro vai checar se países da OTAN pagaram suas mensalidades antes de cumprir suas obrigações com a proteção do ocidente.
Putin ousou invadir a Ucrânia, mas nunca um país membro da OTAN. Com esse descaso, Trump renega país que comungam os valores americanos ocidentais e universais.
Suas propostas levianas e desinformadas iriam prejudicar profundamente as bases do sistema global e trabalhar contra os interesses americanos. Trump é o sonho estratégico de Putin, e não é a toa que seu aparato de propaganda trabalha pelo candidato republicano.
Cenário de Trump na Casa Branca significa mais um golpe em uma aliança ocidental já fragilizada e o jogo de Putin é dividi-la ainda mais, dando apoio a Trump e figuras similares na Europa. Putin endossa esse candidato presidencial.
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