Trump: o candidato repudiado pelo próprio partido
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São muitas surpresas no atual ciclo eleitoral americano, tanta coisa foge à convenção com a presença de Donald Trump no cenário. Vamos dar mais exemplo: não existe precedente de tanta gente importante do próprio Partido Republicano repudiar o candidato aclamado em convenção.
Quando não é repúdio aberto, é a recusa para endossá-lo. Estão aí ou não estão os dois únicos ex-presidentes republicanos vivos: Bush pai e Bush filho.
E basta ver o que está acontecendo nos círculos de segurança nacional. A apenas dois meses da votação, o quem é quem nesta frente está à margem da campanha de Trump. Pelas informações, a grande maioria dos figurões republicanos em segurança nacional, diplomacia e política externa abominam a ideia de que Trump seja o comandante-em-chefe dos Estados Unidos da América.
Para ex-secretários de Estado, Trump se mostra disposto a destruir os pilares que eles construíram, seja por sua visão de mundo ou, mais grave, por mera ignorância de como o mundo funciona.
Trump, de fato, é um atentado à segurança nacional e global por questionar a validade da Otan, a aliança miltar ocidental, por flertar com Vladimir Putin, por advogar tortura de presos políticos, por sugerir que muçulmanos não entrem nos EUA e pela rejeição generalizada ao papel americano no mundo.
Algumas figuras do primeiro time republicano já endossaram Hillary Clinton como o mal menor ou por considerá-la mais apta para dirigir o país.
Alguns, como o ex-subsecretário de Estado Richard Armitage, têm sido muito visíveis para tentar convencer colegas republicanos a endossar Hillary Clinton com o argumento de que os interesses do país se sobrepoēm à fidelidade partidária.
Alguns, como o ex-assessor de segurança nacional Stephen Hadley, ficam em cima do muro com o argumento de que, caso Trump seja eleito, será vital que o aconselhem, ainda que informalmente, para suavizar o desastre.
Na sexta-feira passada, havia a especulação de que dois decanos republicanos, os nonagenários ex-secretários de Estado George Schultz e Henry Kissinger, estavam prontos a apoiar Hillary, mas ambos esclareceram que neste ciclo eleitoral não endossam ninguém.
Caso tivessem endossado Hillary, os decanos provavelmente teriam sido fulminados com algum tuíte de Trump como caducos. O candidato republicano conseguiu construir um muro entre ele e o aparato de segurança nacional do Partido Republicano.
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