Um ataque a uma minoria é uma agressão à coexistência

  • Por Caio Blinder
  • 13/06/2016 09h06
SYD12 SÍDNEY (AUSTRALIA) 13/06/2016.- Varias personas participan en una vigilia en recuerdo a las víctimas de la matanza en una discoteca gay de Orlando, en la plaza Taylor, en Sídney, Australia, hoy, 13 de junio de 2016. El autor del ataque, de origen afgano, fue abatido ayer por la policía tras haber tomado como rehenes a los asistentes. Al menos 50 personas han fallecido y 53 fueron heridas. EFE/Dan Himbrechts PROHIBIDO SU USO EN AUSTRALIA Y NUEVA ZELANDA EFE Atentado em Orlando EFE

Tanto em 11 de setembro de 2001 como em outros atentados ou em outros tiroteios em massa, houve, na madrugada de domingo (12), um ataque contra os Estados Unidos. Desta vez em Orlando, em uma boate gay. Sim, em Orlando, um cenário improvável associado a parques, à diversão, ao reino encantado da Disney. Mas foi o domingo do choque da realidade. Naquele 11 de setembro, os alvos foram bem emblemáticos. As torres do poder financeiro, em Nova York, e o Pentágono, centro nevrálgico do poder militar norte-americano, no atentado deste fim de semana, contudo, o foco dos terroristas foi um centro de diversões e de uma comunidade que, a duras penas, supera preconceitos para ter um lugar sob o sol americano. 

Um ataque contra uma minoria é um ataque ao próprio conceito de diversidade, de tolerância, de coexistência entre indivíduos e grupos diferentes. O terror islâmico e qualquer movimento fanático não admitem esta pluralidade.
 
A sociedade não pode reagir com intolerância, precisa responder com mais tolerância, provar que é mais forte do que os fanáticos e ensandecidos que atuam em favor de movimentos bizarros como o Estado Islâmico ou coisas do gênero.
 
Nossa cultura ocidental precisa desafiar o terror tocando sua vida normalmente, não pode reagir com pânico e obscurantismo. Não pode reagir com histerismo, como é naturalmente comum. Nestas horas, é preciso redobrar a luta contra o terror e não confundir quem é o inimigo. Não podemos nos render à demagogia de gente como Donald Trump, não podemos ceder à islamofobia.
 
Eu nunca vou esquecer do meu trabalho, aqui, na Jovem Pan, naquela semana de setembro de 2001 quando o terror atacou. O então presidente George W. Bush fez questão de vir a público, em um centro islâmico, para alertar que os Estados Unidos não estavam em guerra contra uma religião, mas contra os fanáticos que a tinham sequestrado. Não se combate o terror muçulmano sem a a própria comunidade islâmica.
 
O alerta de 2001 vale para 2016, vale com tanta intensidade neste ciclo eleitoral tão turbulento, tão aventureiro, tão bizarro.

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