Um dia de protestos e premiê islandês cai; e no Atlântico Sul?
Um dia de protestos na plenamente democrática Islândia foi suficiente para forçar a renúncia do primeiro-ministro do país, implicado no escândalo Panama Papers. Ele foi a primeira vítima do megavazamento global sobre evasão fiscal e corrupção.
E como será mais perto de casa, no Atlântico Sul, e não no Atlântico Norte, onde fica Islândia?
Influentes consultorias globais como a Eurasia avaliam que o impacto do megazamento global será limitado em países ricos em evasão fiscal e corrupção, especialmente na América Latina. No caso do Brasil, a Eurasia estima que as revelações sobre os documentos do escritório panamenho Mossack Fonseca, que pipocam desde domingo, em princípio não devem alterar os parâmetros da Operação Lava Jato.
Na América Latina os casos mais visíveis envolvem os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Mexico, Enrique Pena Nieto. Apesar da visibilidade, é mais provável que ambos contenham os danos políticos.
É verdade que ficará mais desconfortável para Macri manter a lua de mel, especialmente com os mercados internacionais, em razão das revelações sobre contas offshore de sua família, uma das mais ricas da Argentina.
A oposição, capitaneada pela ex-presidente Cristina Kirchner, envolvida até o pescoço na lama da corrupção, agora posa de moralista indignada.
No Brasil, de acordo com a Eurasia, há muita fumaça, mas o fogo da Operação Lava Jato já alvejara o escritorio Mossack Fonseca com suas investigações em janeiro passado.
O megavazamento, na avaliação da consultoria, apenas confirma que o mar de lama é fundo no Brasil e que a Operação Lava Jato deverá aprofundar suas investigações nos próximos meses.
De resto, a Eurasia estima ser altamente provável que nas próximas semanas, seja votado o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
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