Um olhar da imprensa argentina sobre a crise no Brasil

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 28/04/2016 09h41
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O senador José Serra, o ministro da aviação, Eliseu Padilha e o vice-presidente Michel Temer comparecem ao velório do ex-deputado Paes de Andrade, no Salão Negro do Congresso Nacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil - 18/06/15 José Serra e Michel Temer

Quando eu comento aqui na Jovem Pan sobre o que se fala a respeito do Brasil no exterior eu ecoo os suspeitos habituais, como os jornalões imperiais The New York Times, The Wall Street Journal e Financial Times. Mas é hora de alargar os horizontes, afinal existe até um novo horizonte no vizinho do Brasil.

Não falo obviamente da Venezuela desgovernada por Nicolás Maduro, mas da Argentina governada por Mauricio Macri. Asssim, é hora de começar a ler com mais atenção a imprensa portenha, sentir o seu pulso sobre as aflições brasileiras. Não que as coisas estejam já para relaxar as margens do rio da Prata.

Passei os olhos na cobertura sobre o Brasil no tradicional diário Clarín. Na quarta-feira, uma análise de sua correspondente em São Paulo ressaltou que os caciques do PMDB estão confiantes que Michel Temer irá dar conta do recado quando assumir a presidência no lugar de Dilma Rousseff e a fonte de legitimidade para eles é quase óbvia: o atual desgoverno no Brasil, do qual aliás o PMDB fez parte por um bom tempo.

De olho no PSDB, o Clarín observou que os tucanos serão os grandes sócios na coalizão de governo chefiada por Temer, oferecendo quadros técnicos e é claro José Serra, que espera repetir a história de 1992 quando o vice Itamar Franco assumiu no lugar de Fernando Collor. Fernando Henrique Cardoso foi o quadro técnico no governo Itamar até galopar para a presidência com o sucesso do Plano Real.

O Clarín, claro, antecipa, muita agitação social por parte do que sobrou de base do petismo, com um esforço para tirar a legitimidade de um novo governo com a narrativa de que se trata de uma elite corrupta.

O final da análise tem um tom otimista, dando a palavra ao deputado tucano Daniel Coelho, para o qual o fim do governo Dilma representa uma vitória do povo brasileiro contra a corrupção e a má gestão.

O Clarín nesta semana também deu destaque à esbórnia envolvendo Milena Santos, a miss bumbum, autointitulada primeira dama do turismo por ser muher do ainda ministro do Turismo Alessandro Teixeira. Tudo definido no título da reportagem: un papelón.

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