Uma coisa é o que Dilma diz, outra é o que ela faz; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2015 21h29
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Dilma acena para o público que acompanhou o seu discurso de posse Cadu Gomes / Fotos Públicas Dilma Rousseff toma posse do segundo mandato de presidente

Pergunta: O que a presidente Dilma Rousseff tem de fazer para que nós acreditemos quando ela diz que não vai vacilar em relação à questão da impunidade na corrupção na Petrobras, inclusive quanto à prática desse crime por empresas, as empreiteiras?

Resposta: Como parece se consagrar na biografia da presidente Dilma Rousseff, uma coisa é o que ela diz; outra coisa o que ela faz. Na sexta-feira, ela declarou: “As empresas, os donos das empresas e os acionistas serão investigados, porque empresa não é um ente que esteja desvinculado de seus acionistas. Agora, o que o governo fará é tudo dentro da legalidade. Nós iremos tratar as empresas, tentando, principalmente, considerar que é necessário criar empregos e gerar renda no Brasil. Isso não significa, de maneira nenhuma, ser conivente ou apoiar ou impedir qualquer investigação ou qualquer punição a quem quer que seja. Doa a quem doer”. E nós começamos fazendo a observação de que a expressão “doa a quem doer” tornou-se famosa por causa do Collor.

Não é um bom momento histórico para a presidente recorrer, mas ela pode se livrar disso se detiver duas ações de funcionários públicos graduados de seu governo neste momento, indicando clara predisposição à impunidade das empreiteiras.

A primeira, é o badaladíssimo avanço do ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, em direção a Lava Jato, ao receber e defender, mas tentar esconder advogados das empreiteiras para tentar facilitar a vida delas. Ele diz que não é isso, mas é difícil acreditar que não seja.

Outro caso grave é a possibilidade de acordos de leniência que estão para ser firmados entre as empreiteiras investigadas na Lava Jato e a Controladoria Geral da União, com chefe novo, e apoio total de um funcionário direto de Dilma no Palácio do Planalto, Luís Inácio Adams.

Se esse tipo de ação, tanto do advogado geral da União, como da Controladoria Geral e o Tribunal de Contas da União, que faz tudo o que Dilma quer, continuar, assim como se continuar a investida de José Eduardo Cardozo com advogados das empreiteiras, na moita, escondida na calada da agenda secreta, as palavras dela valerão exatamente como suas palavras da campanha: nada.

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