Uma visão internacional sobre Michel Temer

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 10/03/2017 08h17
EFE Michel Temer EFE

É preciso coragem para defender Michel Temer. A Economist já fez coisa mais ousada, como pegar o foguete milagreiro da era lulista na sua antológica capa Cristo Redentor de 2009. No entanto, lá está esta semana um artigo-entrevista que segue viagem com o presidente.

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O texto começa com as ressalvas da era Temer: a pior recessão da história brasileira, os associados mais íntimos embrulhados nos escândalos de corrupção, a anêmica taxa de aprovação e o mero fato de que para tantos brasileiros ele é um presidente ilegítimo.

No entanto, o repórter da revista diz que Temer parecia tudo menos acuado durante a entrevista no Palácio do Planalto. Quem, diria, um Temer combativo. Até maio passado, ele era basicamente o vice decorativo de Dilma Rousseff e por acidente da história ganhou o poder. A Economist usa o termo em português mesmo, golpista, para ressaltar o que a corte da destronada acha dele, enquanto para tantos outros brasileiros, Temer não passa de um típico integrante da corrupta classe política. E existe o alerta: a presidência dele talvez tenha fim prematuro.

No entanto, Temer confia que a história será camarada com ele e que com as reformas que está pilotando entregará o poder ao sucessor no começo de 2019 com o “país nos trilhos”. Dá para comprar esta história? A Economist observa que Temer enfatiza seus argumentos com gestos de um mágico no palco, insistindo que ele “prefere ser impopular do que um populista” quando busca a aprovação de reformas como a da previdência.

Eu pessoalmente gosto desta última frase após uma era do palco congestionado com populistas de esquerda na América Latina, enquanto os populistas da escola do mágico Trump irrompem nos dois lados do Atlântico Norte.

Sim, existe escárnio no Brasil a respeito de Michael Temer. Mas, a Economist não se intimida e ousadamente arremata que este “presidente acidental pode acabar sendo muito consequente”.

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