Vazamento do Enem retrata: somos todos Geddeis
Quer dizer, então, que o Enem vazou. E quando não vazou? As manchetes deveriam ser “Enem vaza mais uma vez”. Em breve nem manchete mais será. É o óbvio, é banal.
A corrupção no Enem é mais uma manifestação, talvez a mais sensível, da corrupção cultural brasileira, da geddeização da vida brasileira.
O Enem corrompido informa os jovens, a garotada, que a existência no Brasil também é possível, para muitos mais fácil, pela via desonesta. Isso é grave.
O modo recorrente como o Enem fala em garantir condições de igualdade aos candidatos a uma vaga universitária é a reafirmação da inviabilidade brasileira.
O conteúdo da prova vaza, há quem oferte as questões, há quem corra o risco para ofertá-la. Porque, afinal, há demanda, há quem paga por elas. Não raro os próprios pais, que deveriam educar, dar o exemplo.
Que juventude emergirá em adulto se, na primeira disputa, no primeiro concurso, outro caminho que não o da honra ao mérito se oferece por quaisquer 30 dinheiros?
Somos todos Geddeis.
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