Viagem “temerária” de Dilma Rousseff a Nova York
Dilma Rousseff está aqui, em Nova York, quem sabe para sua última andança, última pedalada no exterior como presidente. Com a viagem, Michel Temer, dito golpista e traidor, assumiu a presidencia do Brasil. E a viagem de Dilma, para ficar no trocadilho, é temerária.
O pretexto é esta reunião da ONU para assinatura do acordo do clima para que ela possa dar o ar no exterior e falar do clima golpista. O golpe de relações públicas de Dilma foi fulminante para gerar o necessário contra-golpe. As instituições brasileiras, a destacar juízes do Supremo, foram à carga para denunciar Dilma, para que ela não achincalhe o vigor e a legitimidade do processo do impeachment em curso.
A narrativa de Dilma está sendo abafada. É verdade que editoriais de publicações importantes no exterior desqualificam o impeachment. Está aí a nova edição da revista The Economist, que na versão para a América Latina, tem o manjado Cristo Redentor com um cartaz pedindo socorro.
A revista insiste na tecla que o caminho para resolver a crise brasileira é a convocação de eleições e não o impeachment. Pois bem, esta parte é um consolo para Dilma, mas a Economist reconhece que a saída da presidente está próxima, graças aos votos no Senado e que não existem motivos de luto pela presidente.
Acho importante registrar que outra publicação estrangeira muito influente, o jornal Financial Times, acaba de dar bom espaço para o vice Michel Temer, justamente para ele abafar a cantilena de Dilma sobre um golpe em curso para removê-la do poder.
Na entrevista, Temer rechaça a lenga-lenga de Dilma, observando que vários ministros do Supremo disseram que o possível impeachment não representaria um golpe, mas um processo constitucional. E Temer pergunta: que golpe? Na sua resposta, tudo está normal no país, ele está interinamente no cargo até sábado, quando Dilma retorna de Nova York.
O Financial Times diz que os comentários de Temer representam uma escalada na batalha do impeachment quando Dilma, cada vez mais desesperada, vai ao exterior em busca de apoio internacional. Esta sexta-feira, portanto, será dia de presenciar o espetáculo do desespero aqui em Nova York.
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