Violência nos EUA coloca em xeque a unidade da nação
São dias intensos, ansiosos e aflitos nos Estados Unidos da América. A violência de uma semana para cá envolvendo a morte de negros por policiais brancos e a chacina de policiais por um solitário pistoleiro negro mais uma vez coloca em xeque a unidade de uma nação. Ativistas negros são vistos com suspeita e policiais brancos vivem o papel duplo de vilão e de vítima.
Como eu disse em boletim na Jovem Pan na sequência das tragédias da semana passada, o tecido social e político está sendo rasgado nos Estados Unidos por estes desafios.
E tudo isto acontece exatamente uma semana antes da convenção presidencial dos republicanos que supostamente deve coroar Donald Trump candidato. Na sequência, será a coroação de Hillary Clinton pelos democratas. Em novembro, será o grande duelo, o “Game of Thrones”.
Nada majestoso, pois os dois candidatos não se mostram capazes de remendar o tecido rasgado da nação americana, Pelo contrário, ambos são vistos como fonte de discórdia. Nunca uma eleição presidencial nos Estados Unidos amargou dois candidatos tão impopulares. Nenhum dos dois merece plena confiança do seu respectivo partido ou se mostra em condições de cruzar fronteiras partidárias junto à opinião pública.
Trump se comporta como um campeão de lei e ordem, sem sensibilidade para as complexidades sociais, raciais e culturais de um país como os Estados Unidos. Ele semeia demagogia e colhe tempestades com sua mensagem de intolerância contra imigrantes ilegais, mexicanos, muçulmanos e tantos outros grupos e pessoas.
Hillary Clinton está mais afinada com a diversidade social e cultural do país, mas é uma figura pública que há décadas alimenta desconfiança e antipatia. Carece do carisma e habilidade oratória, demonstrando incapacidade de superar a reputação de desonestidade.
Creio ter dado uma boa medida do momento de aflição, para não dizer de agonia nos Estados Unidos da América, não tão unidos assim.
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