Vitória de Dilma no Congresso revela algo fundamental

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2015 21h13
BRASÍLIA, DF, 10.09.2015: DILMA-DF - A presidente Dilma Rousseff recebe empresários do setor da construção civil, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Presença do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). (Foto: Renato Costa/Frame/Folhapress) Renato Costa/Frame/Folhapress Presidente Dilma Rousseff

Em que a negociata de Dilma e do PT com o PMDB resultará no processo de impeachment que se anuncia nos próximos 3 anos e 3 meses para Dilma Rousseff?

A vitória de Dilma no Congresso até agora, nas questões dos vetos que foram mantidos, revela uma coisa fundamental: a presidente continua presidindo, continua mandando.

É uma ilusão essa gente ficar achando que a rua ou que a oposição minoritária vai derrubar o governo, e muito menos que o PMDB vai se deixar fascinar pela perspectiva ainda distante de um impeachment para assumir o governo.

Circulou muito nas redes sociais que é um absurdo o PMDB trocar cinco ministérios quando pode ocupar todos. Não é bem assim. Primeiro, o PMDB como um partido realista e fisiológico que é, assimila que é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando.

Melhor ter um ministério agora, principalmente um grande como o da Saúde, do que contar com um eventual e improvável impeachment para ter os outros ministérios. Em segundo lugar, esse eventual governo do PMDB só se sustentaria com uma grande pacificação nacional, e aí o PMDB não iria ocupar todo o Ministério.

Então, o PMDB teria que negociar ministérios como a Dilma está negociando. Dilma está jogando com o pouquinho de tinta que ainda tem na sua caneta e um pouquinho de chumbo que o Diário Oficial ainda derrete para ser impresso.

Ela está manca, talvez dos dois pés, mas está sentada no trono. E quem brincar com isso pode se ver mal. Agora, acontece o seguinte: essa votação ainda não é o teste do impeachment. O teste do impeachment vai ser a votação da CPMF.

Se a Dilma conseguir aprovar o projeto que o governo mandou do CPMF para 4 anos, aí ela terá uma ideia precisa de que o Congresso não aprovará o seu impeachment.

Por enquanto, essa votação ainda é muito confusa em relação a vetos e não é reveladora de muita coisa, a não ser do fato de que ela continua presidindo na Presidência, o que me parece óbvio não apenas na semântica.

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