Vitória de Fachin também foi vitória de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2015 19h55
Luiz Edson Fachin, indicado pela presidenta Dilma Rousseff para substituir o ministro Joaquim Barbosa no STF, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Luiz Edson Fachin

Pergunta: Na contabilidade matemática, o governo perdeu uma no Senado e ganhou outra?

Resposta: Foi dado, com grande destaque, o fato de o diplomata Guilherme Patriota ter sido recusado no Senado da República, numa votação de 38 a 37.

Então essa, digamos, vitória, dos oponentes do governo e não apenas da oposição, mas principalmente de Eduardo Cunha e do presidente do Senado, Renan Calheiros, foi compensado com um gol contra, que foi a aprovação de Luiz Fachin para o STF, no lugar de Joaquim Barbosa, relator do mensalão e ex-presidente do STF.

Não são situações semelhantes. A embaixada do Brasil em Nova York não representa nada. Aliás, a OEA não representa nada, não tem força nenhuma, é um zero à esquerda na diplomacia internacional. Não é uma derrota do governo, é simplesmente um ato corriqueiro no Senado.

Agora, a vitória de Fachin é uma grande vitória de Dilma Rousseff; mostra que ela não é a Rainha da Inglaterra, que entregou a economia a Levy e a política ao vice Michel Temer, ela tem a caneta da presidente da República e, com ela, possibilitou que Luiz Edson Fachin, com seu perfil que um torna um verdadeiro “finório” Fachin, contradissesse tudo o que falou na vida para poder entrar no Supremo e fosse aprovado por maioria grande.

Estão falando que é uma maioria historicamente reduzida em relação aos fatos anteriores, mas não é verdade: 52 a 27, ele teve quase o dobro de sim em relação aos votos não, e teve um opositor terrível. Não esse PSDB frouxo, com as calças na mão, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros, que quis dar mais um susto na Dilma e não conseguiu.

Na medição de força, na queda de braços, entre Calheiros e Dilma, Dilma ganhou. Vamos esperar pra ver se Fachin vai nos decepcionar como se espera que decepcione.

Seja o que for que faça, a vitória de Dilma é muito mais importante, no caso dele, do que a eventual derrota na indicação de Guilherme Patriota. É preciso ter noção das coisas para fazer avaliações matemáticas.

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