Vivemos em uma situação que os escândalos aparecem, mas as pessoas ligadas ao Governo dizem que “está tudo legal”

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2015 14h46

Pergunta: Por que o TCU vai reverter a decisão que apontou prejuízos no caso Pasadena e o Banco do Nordeste resolveu facilitar a vida de Walter Faria depois que ele se tornou o quarto maior doador da campanha de reeleição de Dilma Rousseff?

Resposta: Recém empossado na presidência do TCU, o Ministro Aroldo Cedraz, tomou uma iniciativa absurda pedindo ao novo relator do episódio da compra de Pasadena, o ex-senador do PMDB da Paraíba, Vital do Rêgo, aliado do governo, para reverter as punições aplicadas a executivos e ex-executivos da Petrobras, responsáveis pela compra da refinaria de Pasadena, nos Texas, nos Estados Unidos.

No documento, ao qual o jornal O Estado de s. Paulo teve acesso, Cedraz propôs que seja reavaliada a determinação de bloqueio de bens de dirigentes da estatal e que seja reduzido o valor de prejuízo apontado no negócio.

Nas bancas, além do jornal O Estado de S. Paulo, está a revista Época, trazendo uma história muito parecida. Em uma reportagem de duas páginas, a revista conta que o empresário Walter Faria, dono da cervejaria Itaipava, segunda maior do país, que sempre teve problemas com FISCO e por causa de falta de pagamentos de impostos chegou a enfrentar problemas na polícia, conseguiu do Banco do Nordeste do Brasil, que foi criado por Getúlio Vargas para apoiar o desenvolvimento da região nordestina, mas tem sido usado pelos políticos do PT para enriquecer o partido, então, esse empresário tinha pedido um empréstimo para o Banco do Nordeste para abrir uma fábrica em Alagoinhas, na Bahia.

O empréstimo foi concedido com o banco tendo a garantia de uma dupla fiança, por causa da ficha suja dele, mas a diretoria do banco que exigiu isso foi afastada; o Faria doou 17 milhões e meio de reais à campanha de reeleição da Dilma, tornando-se o quarto maior doador dessa campanha e ele, simplesmente, teve dispensada a exigência de ter a dupla fiança, que significaria um prejuízo mais ou menos semelhante, por aí, 17 milhões e meio de dólares.

Ou seja, nós estamos vivendo uma situação em que os escândalos realmente aparecem, a corrupção está tornando cada vez mais evidente, como a própria presidente Dilma disse; mas a medida que o tempo passa, as pessoas ligadas ao governo, têm a cara dura de voltar à estaca zero, e dizer que está tudo legal, tudo dentro da lei, o que é o caso do grande patrocinador desse perdão ao Walter Faria, que é o Ministro Jaques Wagner, da defesa, que foi também coordenador da campanha da Dilma. Até quando nós vamos suportar um tipo de coisas dessas, hein?

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