Vizinhos brasileiros se esforçam para não cair no abismo

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 15/12/2015 12h24
EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ Nicolás Maduro logo após votar em eleições que deram aos chavistas grande derrota no Parlamento

O Brasil, o Brasil, meu Brasil brasileiro….Não sabemos se caminha para o abismo, se vai se safar do abismo ou se irá saltar sobre abismos. E não estamos sozinhos nestas aflições, nestas vertigens.

Alguns de nossos vizinhos fazem um esforço para não cair no abismo ou pelo menos para começar a subida de volta. Chega de metáforas abismais. Estamos falando é claro das recentes eleições em países vizinhos. Na Argentina, Mauricio Macri despachou o peronismo mais atrasado do poder e na Venezuela, a oposição deu uma surra no chavismo em eleições parlamentares.

Muitos já disseram e eu já disse que pode ser o começo do fim desse populismo atrasado e corrosivo. O fim começou na verdade em 5 de março de 2013, com a morte de Hugo Chávez, o hábil e carismático líder populista, abençoado por petroleo e por uma oposição desmoralizada. Os tempos mudaram desde a morte de Chávez. O petroleo não é mais aquele e em várias países da região temos uma oposição vigorosa.

O Brasil e a Argentina não são países bolivarianos, Ainda bem. Não chegaram a ter o downgrade de países na órbita da Venezuela, como Equador e Bolívia. O bloco está sem líder e no seu epicentro, Caracas, preocupa o desatino de Nicolás Maduro.

O sucessor de Chávez aceitou a derrota na eleição parlamentar, que foi acima das expectativas, com a oposição conquistando dois terços das cadeiras. Vamos esclarecer, Maduro não aceitou, ele foi forçado a aceitar. No entanto, o presidente não dá sinais de moderação no discurso e nas bravatas bolivarianas. Ele pode complicar a urgente transição e conduzir a Venezuela para um abismo ainda mais fundo.

A situação na Venezuela é gravíssima, mas sequer é prioridade da ditadura castrista. Cuba está mais engajada em melhorar sua relações com os Estados Unidos. Sob Macri, a Argentina muda de eixo e Dilma está de olho no seu próprio abismo, sem tempo ou visão para mirar o abismo do lado.

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