Whats App e o dilema das setinhas azuis “delatoras”
Aplicativos estão sempre sendo aprimorados. O Whats App mudou tanto a forma de comunicação, que virou quase um case nessa campanha eleitoral, como já mencionei num comentário anterior, aqui no Jornal da manhã.
Desde que surgiu, o serviço de troca de mensagens Whats App tornou obsoletos os torpedos e sms das operadoras, que agora teimam em não sair dos celulares quando são disparados. Quase ninguém os usa mais.
A última novidade do Zap zap é a tal setinha azul que aparece quando a pessoa leu a sua mensagem… Não canso de observar o impacto das novas tecnologias no comportamento humano.
Bastou o Whats App passar a avisar os usuários quando a mensagem foi lida para gerar uma onda de ansiedade e insegurança. E dá-lhe reclamações nas redes. Quem quer ser controlado?
Sabe aquela história de que: “tá táo bom que se melhorar, piora.” Foi bem o caso aqui. Muitos usuários não querem ser descobertos e sentir -se cobrados, se leram ou náo as mensagens. Do jeito que a coisa anda, as pessoas aguardam muitas vezes uma resposta imediata, que nem sempre é possível!
Antes desse recurso, não dava pra saber se o seu contato tinha ou não lido a mensagem. Como às vezes, tampouco sabemos se o email enviado chegou e foi lido, como não sabíamos, antes, se uma carta chegava ao seu destino via correio. Mas tudo isso já passou pra história, agora a troca de mensagens pode ser um fluxo contínuo, uma conversa digital instantânea, desde que o outro esteja disposto a dar feedback.
Muito se falou da dependência excessiva que as pessoas vem desenvolvendo com a internet, e redes sociais. Se antes o ter o seu post curtido ou comentado é o que gerava ansiedade, agora é ver que sua mensagem foi lida e não respondida que pode causar mal estar. Uma setinha – a mensagem foi enviada para o servidor do WhatsApp. Duas setinhas – a mensagem foi entregue ao seu contato. Duas setinhas azuis – mensagem lida. Ou não…
E agora? Guenta! Controle a ansiedade, respire fundo, conte até 10. Vai de pranayama! Dê tempo ao tempo. A rapidez das comunicações que deveria funcionar a favor, se volta contra.
Reza a psicologia que pra quem tem baixa auto estima o novo recurso pode acentuar um sentimento de rejeição. Bobagem. Se vc engrossou o coro dos descontentes com as novas setinhas azuis, relaxe. Olhou ou não olhou, o que importa? Se for importante cobre a resposta num telefonema! Como o recurso dedo-duro – digamos assim – não pode ser desativado, o melhor a fazer é tirar proveito dele, as pessoas precisam apreender a controlar menos a vida do outro pelas redes. Parar de vigiar, bisbilhotar.
Os novos canais são para acelerar a troca de informação desde que o destinatário ou o grupo queira também, senão é invasão. A tecnologia tem de funcionar a nosso favor.
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