Do espanto ao silêncio: três anos depois, saiba como Seleção reagiu ao 7 a 1 

  • 08/07/2017 08h00 - Atualizado em 13/07/2017 13h03
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Do espanto ao silêncio: três anos depois, saiba como Seleção reagiu ao 7 a 1 

08/07/2017
08/07/2017

David Luiz se ajoelha, fecha os olhos e reza. Oscar despenca, deita-se com a barriga para cima e chora copiosamente. Felipão caminha, dirige-se a Mirlosav Klose e cumprimenta o mais novo goleador da história das Copas. Luiz Gustavo faz o sinal da cruz, levanta a cabeça e parabeniza os alemães.

A princípio, não houve uma reação-padrão ao 7 a 1. A partida mais surreal da história do futebol gerou comportamentos distintos aos seus principais personagens.

Três anos depois, no entanto, é possível descobrir similaridades entre o que cada jogador brasileiro sentiu nas horas que se sucederam ao maior vexame da história da Seleção.

Reserva durante toda a Copa, o atacante Jô não disputou um minuto sequer da semifinal contra a Alemanha. O jogador, que, à época, atuava no Atlético-MG, revezou-se apenas entre o banco de reservas e a área de aquecimento do Mineirão durante os 90 minutos do histórico confronto.

O pós-jogo, no entanto, foi vivido intensamente pelo centroavante de 30 anos. Em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan, Jô revelou como a Seleção Brasileira se comportou depois da maior derrota de sua história.

CBF/Divulgação

Se no intervalo houve debate e até um pacto entre os jogadores, depois da partida a incredulidade e o silêncio tomaram conta da Seleção. De acordo com Jô, o clima era semelhante ao de um velório – com reações que, num piscar de olhos, iam do espanto à descrença.

“Assim que a partida acabou, eu e o Maicon fomos para o doping… Mas eu me lembro bem que ninguém conseguia conversar com ninguém sobre o que havia acontecido. A cara de todo mundo era de espanto e tristeza”, contou Jô.

Os jogadores tomaram banho, tiveram um rápido diálogo com Felipão e saíram do Mineirão. Mas a vergonha não passou. Segundo Jô, era difícil até mesmo ouvir vozes no caminho até a Granja Comary – onde a Seleção ficou concentrada durante todo o Mundial.

“Quando a gente pegou o voo de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, o que mais predominava no avião era o silêncio. No ônibus, também. Quase ninguém falava com ninguém. Os únicos que falavam era para tentar entender o que tinha acontecido. Decepção, apagão… Ninguém conseguia explicar”.

O luto durou mais alguns dias e teve de ser interrompido pela melancólica decisão do terceiro lugar, contra a Holanda, em Brasília. Ainda afetado pelo 7 a 1, o Brasil jogou muito mal e foi facilmente derrotado por 3 a 0, no Mané Garrincha.

Nos três anos que se passaram desde então, a Seleção foi eliminada de duas edições da Copa América, demitiu Dunga, contratou Tite, recuperou o bom futebol e se tornou a primeira equipe classificada ao Mundial de 2018.

Já há, também, um novo encontro marcado com a Alemanha. Em 27 de março do ano que vem, o Brasil vai a Berlim enfrentar os donos da casa em amistoso preparatório para a Copa da Rússia. Será a primeira vez que as duas seleções vão se enfrentar depois do histórico, e inesquecível, 7 a 1.

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