15 capitais começarão 2017 com redução no número de mulheres vereadoras

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2016 08h54
urna eletrônica. Foto: Nelson Jr./ ASICS/TSE Nelson Jr./ ASICS/ TSE Urnas eletronicas para segundo turno

O ano de 2017 começa com a redução no número de mulheres vereadoras no Brasil em 15 das 26 capitais. Essa queda da representatividade feminina na vereança atingiu, sobretudo, as regiões Norte e Nordeste do País.

No levantamento feito pela agência de dados Gênero e Número com base nas informações do Tribunal Superior Eleitoral Rio Branco e Maceió são as capitais que lideram a queda da presença feminina em relação a 2012.

Na capital acriana elas passam de 30% na Câmara para 11% a partir de 1º de janeiro. Já em Maceió, a queda é de 16 pontos percentuais: saem 40% e passam a ser 24% dos parlamentares.

Agora, por que mesmo é importante ter mulheres no poder legislativo?

Coordenadora nacional da Função Eleitoral, a procuradora Ana Paula Mantovani Siqueira explicou que esta é uma questão essencial para que pautas específicas sejam adotadas: “O parlamento é um reflexo da nossa sociedade. Temos sociedade com maioria feminina. Entre eleitores também. Para você ter parlamento que reflita a vontade do povo, se não tiver representatividade feminina pelo menos parecida com a de eleitores, talvez os interesses não sejam bem debatidos no parlamento”, disse.

Para você ter uma ideia, no Congresso Nacional, 35% dos projetos que avançam nos direitos das mulheres são de autoria das deputadas federais. Mas elas nunca foram mais do que 10% dos parlamentares da Casa.

Embora este tenha sido o segundo pleito sob a vigência da lei que determina uma cota mínima de 30% de mulheres candidatas nas eleições proporcionais, quase 15 mil mulheres que se candidataram a vereadora na última eleição não tiveram nenhum voto, ante 1.850 na eleição de 2008.

Dos 35 partidos, 33 têm candidatas com nenhum voto. O que para a Justiça Eleitoral é um claro indício de fraude: as siglas contratam mulheres para serem candidatas apenas para preencher as cotas. Sem investir efetivamente nestas candidatas.

*Informações da repórter Helen Braun

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