Articulação: Secretário da Previdência recebeu 40 parlamentares no carnaval para tratar de reforma
O governo federal tem realizado um intenso trabalho de articulação junto a deputados e senadores em prol da proposta de reforma da Previdência, tida como a principal medida para balancear as contas públicas e diminuir desigualdades na sociedade brasileira.
Nesta sexta-feira (8), em entrevista ao programa 3 em 1, da Jovem Pan, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, disse ter recebido 40 parlamentares durante o período de carnaval, tanto para tirar dúvidas quanto para fazer sugestões.
“Fui visitado por 40 parlamentares nesse período [de carnaval]. Os deputados querem entender a regra do jogo. É um Congresso novo, com um governo novo, mas haverá uma divergência”, disse. “Mas tenho absoluta confiança no parlamento brasileiro.”
Essa confiança do secretário é de que o projeto original seja discutido e as principais bases, vistas como cruciais pela equipe econômica do governo, sejam mantidas e não “desidratadas” com o já tem admitido o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
“O projeto que foi apresentado ao Congresso Nacional é fruto do que a equipe econômica entende que é o ideal para termos um equilíbrio fiscal, capacidade de investimentos e de [fazer] o País crescer”, afirmou. A expectativa é poupar R$ 1 trilhão em três anos.
“Respeitando a legitimidade do parlamento, o que nós [do governo]queremos é que modificações fiquem claras para sociedade. As concessões têm um preço e esse preço é a capacidade de investir em educação, em emprego”, disse. “Mas o Congresso é soberano.”
Maia e Alcolumbre
Rogério Marinho contou que almoçou na quinta-feira (7) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e elogiou o “viés reformista” que ele tem apresentado. Antes do carnaval, ele também se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AM).
Nesta sexta, Maia disse que é importante que o governo envie uma reforma para militares para que parlamentares tenham “mais conforto” em avaliar a medida para os civis. Conforme o secretário da Previdência, esse projeto será entregue, no máximo, até 20 de março.
“Essa pauta não é apenas do presidente [Jair Bolsonaro] ou do governo, é do País. O sistema [previdenciário] faliu. E essa percepção não é só minha, é do parlamento e da sociedade”, destacou Marinho ao reafirmar a necessidade de se aprovar a medida.
Inicialmente, o texto será analisado do ponto de vista da legislação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Depois, o teor da matéria será avaliado em comissão especial na Casa. Se aprovado em ambas, o projeto vai a plenário para votação.
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