Constantino: Joe Biden pode ‘tratar Brasil como um Irã’ se ganhar eleições nos EUA

Comentarista afirmou que ‘ameaças’ e falas do candidato democrata à Amazônia mostram visão ‘globalista’ e ‘imperialista’

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2020 18h04 - Atualizado em 03/11/2020 18h33
EFE/EPA/OLIVIER DOULIERY Candidato Joe Biden deu declarações sobre a Amazônia

Com mais de 100 milhões de votos antecipados, os Estados Unidos realizam nesta terça-feira, 3, as eleições presidenciais que podem garantir mais quatro anos do governo de Donald Trump ou eleger o democrata Joe Biden para a Casa Branca. Em meio à expectativa de candidatos e norte-americanos, a sensação é de tensão. Trump, que a princípio deu a entender que não aceitaria uma derrota, fez discurso com tom mais ameno poucas horas antes do encerramento dos votos; em alguns pontos comerciais do país, barricadas foram erguidas para evitar atos de violência e possíveis confrontos. O assunto foi tema de comentários do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta terça.

Para o comentarista Rodrigo Constantino, o favoritismo da vitória de Joe Biden é um sinal de que os institutos de pesquisa dos Estados Unidos “superestimam a votação na esquerda e subestimam na direita” e o Brasil tem muito a temer com uma possível vitória do candidato democrata. “O mais relevante é lembrar que Joe Biden ameaçou diretamente em debate e colocou em seu site oficial novamente essa ameaça ao Brasil. Na visão globalista dele, o Brasil não é dono da Amazônia, a Amazônia pertence ao mundo e se não administrarmos a Amazônia como ele acha que deveríamos, ele vai impor sanções e nos tratar como um Irã da vida”, garantiu. Ele afirmou, ainda, que o “império estadunidense”, expressão usada em salas de aula por “professores de história marxistas”, tem riscos de se tornar real se a esquerda chegar ao poder.

Thaís Oyama trouxe uma série de dados compilados pelo jornal The Washington Post para mostrar os pontos de vantagem de Biden nos estados-chave. Na Flórida, um dos locais mais importantes para definir o vencedor, ele tem a menor diferença em relação a Trump, com apenas três pontos a mais do que ele. “Acho que se os institutos estiverem certos, se o Biden ganhar, seria bom que ele ganhasse de forma inequívoca”, disse, afirmando que apesar de achar que as ameaças de Trump sejam “bravata”, margens apertadas podem dar espaço para contestação. “Vai gerar insegurança, vai gerar paralisia, e aí isso é péssimo para os Estados Unidos e não só para os Estados Unidos, como para o resto do mundo também”, pontuou.

Para Josias de Souza, a simples hipótese de que um candidato não reconheça uma eventual derrota no país que sustenta o título de uma das democracias mais sólidas do mundo é considerada como inquietante. “É assustador o simples receio de que americanos revoltados possam sair às ruas para manifestar sua contrariedade promovendo atos de violência, saques. Se não administrar adequadamente as suas tensões, os Estados Unidos podem associar sua democracia a uma ideia de descrédito que, insisto, não orna com as tradições”, disse, lembrando que a “patologia da ultrapolarização” vivida no país governado por Trump é algo que deve ser resolvido independente de qual presidente for eleito deve servir de exemplo do que se não fazer no Brasil que irá às urnas no ano de 2022.

Confira o programa 3 em 1 desta terça-feira, 3, na íntegra:

 

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