Janaina Paschoal critica militância organizada pró-Bolsonaro: ‘O que o Olavo propôs é o PT ao contrário’

Em entrevista ao 3 em 1, Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou que ‘Olavo acabou como defensor de uma obra’

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2019 17h48 - Atualizado em 16/09/2019 18h01
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO A deputada estadual Janaina Paschoal A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) deu entrevista ao 3 em 1 nesta segunda-feira (16)

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou, em entrevista ao programa 3 em 1 da Jovem Pan, nesta segunda-feira (16), que a proposta de Olavo de Carvalho de criar uma militância organizada a favor do presidente Jair Bolsonaro remonta a práticas do PT.

“Isso é o que PT fez a vida inteira. O que o Olavo propôs ontem é o PT ao contrário, eu avisei lá atrás”, disse a parlamentar. Ela criticou um vídeo que o filósofo postou neste domingo (15) incentivando os apoiadores de Bolsonaro a se organizarem para defender o presidente.

Depois do vídeo, militantes começaram a se organizar para criar uma espécie de cadastro de apoiadores. Páginas que circulam pelas redes sociais pedem para que os defensores de Bolsonaro se cadastrem com e-mail, telefone para WhatsApp e até endereço.

Para Janaina, Olavo de Carvalho está incentivando que as pessoas defendam Bolsonaro incondicionalmente. “Ele pega toda obra dele e contraria em um vídeo em que ele diz que não importa as ideias, mas importa uma base de apoio incondicional ao presidente da República. Ele está pregando o imbecil coletivo”, disse.

Em uma série de tweets neste domingo, Janaina criticou o escritor. “Olavo de Carvalho acabou ontem”, escreveu. “Não acabou para mim, acabou como defensor de uma obra”, explicou a deputada.

A parlamentar negou que tenha havido um rompimento entre ela e o filósofo. “Para ter rompimento, precisa ter relação”, pontuou. “Não tinha relação, eu sempre tive uma admiração pela obra do professor Olavo, realmente li a obra dele. O que ele ensinou é diferente do que ele falou no vídeo, daí a minha tristeza.”

Moro e Lava Toga

Ainda na entrevista, Paschoal falou sobre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e defendeu a permanência no governo. Para isso, ela pediu que o ex-juiz e Bolsonaro continuem convivendo em harmonia. “Eles têm que tentar seguir convivendo, os dois são importantes no governo. O fato de terem perfis diferentes é bom”, disse.

Ela ressaltou que a saída de Moro não seria boa para os defensores do combate à corrupção. “Os apoiadores do Moro devem parar com esse discurso de que o Moro tem que sair. Só quem tem interesse que o Moro saia é gente da esquerda e gente que deve”, afirmou.

Também falando sobre o combate à corrupção, Janaina Paschoal comentou sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a CPI da Lava Toga. Apesar de achar que o pedido de impeachment do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, fosse mais efetivo, ela disse aceitar se a CPI foi instaurada.

“Entre Lava Toga e o pedido de impeachment, preferiria um pedido de impeachment. Instalar essa CPI já ajudaria bastante. Com as investigações, poderíamos ter acesso a um número maior de crimes de responsabilidade”, explicou.

A congressista reconheceu que há uma blindagem contra a CPI e disse que o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), está envolvido. “O que o Flávio Bolsonaro não pode fazer, e há relatos de que fez, é pressionar colegas [para ir contra a Lava Toga]. Ele não pode constranger pessoas, como, segundo relatos, parece que constrangeu, aí passa de todos os limites”, disse.

“Eu estou achando a movimentação contra os pedidos de impeachment e a CPI da Lava Toga um pouco desproporcional”, continuou Janaina Paschoal. “Essas investigações seguirem não seria nada de outro mundo”, defendeu a deputada estadual.

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