Oyama: Governo articula imunização no Brasil após Doria tomar a frente de Bolsonaro na distribuição de vacina

Reunião do ministro Eduardo Pazuello com governadores para tratar vacina contra o novo coronavírus no Brasil foram tema de debate do programa 3 em 1 desta terça

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2020 18h35 - Atualizado em 08/12/2020 19h41
Marcos Corrêa/PR Governador e presidente posam para foto em Brasília Posicionamento do governador de São Paulo em relação à vacina foi tema de comentário do programa 3 em 1

Governadores de estados brasileiros se reuniram nesta terça-feira, 8, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para discutir a compra de imunizantes contra o novo coronavírus e a logística de distribuição das vacinas para as unidades federativas. Presencialmente e por videoconferência, eles destacaram a necessidade de se definir em conjunto um cronograma para a vacinação no país. A jornalista Thaís Oyama informou, em sua coluna no portal UOL, que o governador de São Paulo, João Doria, que já anunciou o início da campanha para o dia 25 de janeiro, deve acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a vacinação seja permitida mesmo que não tenha sido liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os debates em torno da vacina foram tema da discussão entre os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 8.

Thais Oyama acredita que a reunião entre Pazuello e os governadores, assim como as recentes movimentações sinalizadas pelo governo federal, são sinal de que “a conta está chegando” para Jair Bolsonaro. O Reino Unido já iniciou a vacinação e norte-americanos devem começá-la em breve, seguido pelos europeus e por vizinhos da América Latina. “Todo mundo sendo vacinado e os brasileiros chupando o dedo. Essa é a imagem que vai ficar”, afirmou. Para ela, Doria tem papel importante no “cavalo de pau” articulado pela presidência. “Você tem um governador que, por acaso, é visto pelo presidente Bolsonaro como um dos seus principais adversários para 2022, você tem esse governador tomando a frente da história, tomando o lugar que era para ser do presidente Bolsonaro, liderando governadores e virando o distribuidor informal da CoronaVac. Toda essa situação fez com que, aparentemente, Bolsonaro e os assessores mais próximos tomassem consciência de que a coisa está ficando feia. Por que enquanto todo mundo fica se vacinando, fica lá o presidente fazendo propaganda da cloroquina e mostrando caixa da cloroquina para a ema do Palácio do Planalto? Isso é uma coisa ridícula, dá a impressão que a gente está na pré-história”, pontuou.

Para Tales Faria, a derrota de Doria no STF é certa e significa mais um episódio da politização entre o governador de São Paulo e o presidente do Brasil para o ano de 2022. “Duvido que o Supremo dê vitória ao Doria nesse assunto, até porque não é uma questão política, é uma questão científica. O problema que nós estamos tendo com a Anvisa é novamente politização. O Doria está tentando politizar, Bolsonaro politizou. Estamos ali. Eu duvido que o Supremo permita uma vacinação que não tenha certificação científica. Só com certificação científica ela vai ser permitida”, afirmou. O comentarista acredita que Bolsonaro tenta aparelhar a Anvisa ao colocar generais militares em postos de saúde.

O empresário e ativista político Tomé Abduch criticou a fala de Tales em relação ao presidente Jair Bolsonaro e o suposto aparelhamento de órgãos. “Falar que o presidente está aparelhando a Anvisa é uma coisa muito grave. Quem aparelhou o Brasil nos últimos anos foram os esquerdistas, que colocaram pessoas incompetentes, bandidos, ladrões, destruíram o Brasil, roubaram em todas as instâncias, bilhões e bilhões de reais indo para os comunistas do mundo inteiro”, afirmou. Ele disse, ainda, que militares de cargos altos têm “alto nível intelectual” e preparo para lidar com pressão. “Eu acho que o presidente está colocando pessoas lá que realmente façam um trabalho sério. Eu não acredito de forma nenhuma que ele quer aparelhar por conta de uma briga política com o presidente João Doria”, pontuou. Segundo ele, se em algum momento um suposto aparelhamento for provado, as “pessoas de bem” têm que fazer movimentos nas ruas contra o presidente.

Confira o programa “3 em 1” desta terça-feira, 8, na íntegra:

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