“Acho que não tem partido sem pessoas investigadas”, afirma Marta Suplicy
A ex-prefeita de São Paulo e atual candidata ao mesmo posto, Marta Suplicy, passou 33 anos no PT e afirma que a sua ruptura com o partido se deu quando percebeu desvios no partido: ““(Na época) não falei nada do Mensalão porque fiquei pasma. Quando caiu a ficha eu percebi que eles fizeram tudo errado e saí mesmo quando vi a dimensão sistêmica, a ida do recurso público na veia de um partido para se manter no poder. Quando percebi que tinha envolvimento sério e partidário, que meu partido tinha me traído, que não tinha mais o motivo pelo qual eu tinha entrado, eu saí”.
Desde setembro de 2015, Marta se filiou ao PMDB, partido em que é senadora federal. Ao ser questionada, durante a entrevista que deu ao Jornal da Manhã, sobre o porquê de sua saída do PT, alegando os escândalos no partido como causa, para se filiar a um partido com membros que estão sob investigação, como Eduardo Cunha, Marta respondeu que não existe partido sem investigados: “Não tem nenhum partido com unanimidade nas suas propostas ou convicções. (…) Acho que não tem partido que não tenha pessoas investigadas. As pessoas dizem ‘Saiu do PT e foi para outro corrupto?’, mas me diz um partido que não tenha uma pessoa investigada? Todos estão nessa situação. Não é argumento. (…) Você convive na política, você não fala: não vou tomar cafezinho com você porque você está sendo investigado”.
Marta Suplicy fala que um partido tem que ter capilaridade para que o trabalho possa ser feito: “Quando você escolhe um partido tem que ter capilaridade em favor do seu estado no Congresso. Onde eu poso atuar é o PMDB, que tem gente de vanguarda e tem conservadores. Fui bem recebida e estou satisfeita”.
A senadora afirma que o prazo máximo para a convenção que irá definir o candidato oficial do partido é junho, e ela prevê um afastamento do presidente municipal do PMDB, Gabriel Chalita, que havia ameaçado deixar o partido caso Marta fosse candidata à prefeitura: “O Chalita, na hora que quis ficar com Haddad, ele escolheu um caminho, acho que ele vai se licenciar do PMDB”.
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