Advogado de José Dirceu vê com bons olhos acordo de leniência para o PT

Roberto Podval

 O criminalista Roberto Podval, defensor do José Dirceu, falou à Jovem Pan que não existe possibilidade do ex-ministro realizar uma delação premiada: “Nenhuma possibilidade, não foi colocada a possiblidade de delação premiada, não é do feitio dele, do caráter, ele não fará”.

Por outro lado, o advogado entende que seria válido para o PT tentar fazer um acordo de leniência, como forma de “pagar seus pecados”: “Não estamos falando em delação premiada, em uma conversa minha com ele (Dirceu) no presídio, a ideia da possiblidade de um acordo de leniência para o partido político, é diferente de uma delação premiada. Discutia-se ali a viabilidade do partido, enquanto Pessoa Jurídica, de fazer a leniência e quais as consequências e vantagens para o partido. (…) Não seria má prática se o partido assumisse, fizesse a leniência e pagasse seus pecados, parece mais válido, mais honesto”.

Podval ressalta que suas alegações não exprimem a opinião do Partido dos Trabalhadores ou confirmam que qualquer crime tenha ocorrido. O advogado afirma que o sistema eleitoral no Brasil foi responsável por irregularidades ao longo da história: “Na minha forma de ver as coisas, o sistema todo é equivocado há muitos anos, e levou os partidos, vários deles, a cometer irregularidades por causa de um sistema vicioso. Mas Acredito que temos possiblidade de mudá-lo. Os partidos devem se adequar a nova realidade. Não falo em nome do partido (PT), mas devia fazer o seu mea culpa, assumir equívocos”.

Sobre a Lava Jato, Roberto Podval defende sua manutenção e que processos semelhantes também ganhem destaque: “Espero que não acabe, a Lava Jato tem um papel importante. A grande crítica que faço é que não deveria existir uma só Lava Jato. É um processo, como tanto outros, que acontecem, que limpam o País. Não tem prazo para acabar, com o Moro, gosto muito dele, mas tem tantos outros que são juízes competentes. Acho que tem filhotes, é um processo que gera outros processos. Tem excesso, como tantos processo que a gente conhece, e excesso devem ser corrigidos”.