Certeza do impeachment é de 110%, diz Aécio Neves
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira (25).
Dado o início da fase final do processo de afastamento definitivo contra Dilma Rousseff, Aécio destacou suas apostas para o julgamento final e a expectativa para o “pós-impeachment”.
Confira os principais pontos discutidos na entrevista:
Certeza do impeachment é de 110%, diz Aécio Neves
Segundo o senador tucano, já há mais votos em favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff do que na ocasião do recebimento de seu processo no Senado. O placar final, diz ele, deve ser de 61 ou 62 votos contra a petista. Enquanto o número favorável gira próximo de 19 e 20 votos.
Os tucanos ainda querem o poder
Nos últimos dias, o governo Temer balançou e deu sinais de que poderia ceder a pressões para conceder reajustes de salários ao funcionalismo público. Isso deu aos tucanos o ensejo para afirmar que não se tornaram mero satélite do PMDB.
O senador jantou com Temer e integrantes de seu ministério na noite desta quarta-feira e disse entender que a interinidade traz certas “incertezas”. Depois do impeachment, contudo, o apoio dos tucanos vai depender de medidas claras de ajuste fiscal. “Nós nos unimos em torno de uma agenda de reformas e não de um projeto eleitoral do PMDB”.
Sobre o projeto eleitoral dos tucanos, Aécio não tergiversou: “o PSDB tem os melhores quadros. O partido não abdicou do seu projeto de governar o Brasil.
Por que Temer vai à China
“A preocupação maior do presidente Temer será demonstrar que no Brasil não houve ruptura institucional”, afirmou. Aécio sobre a viagem ao país asiático que o presidente (hoje ainda interino) tem marcada para o dia 31. Ele destacou ainda que a prioridade do peemedebista é “desfazer a narrativa de processo golpista”.
O que Temer vai dizer depois de empossado
Aécio confirmou que Temer fará um pronunciamento à nação no dia 7 de setembro. Eles têm conversado regularmente sobre o tema: “será um diagnóstico duro e claro, com todos os números necessários, sobre a crise econômica e social em que o PT nos mergulhou.”
A estratégia nas sessões do impeachment
Segundo Aécio, na fase de inquirição de testemunhas, que deve durar desta quinta-feira até no máximo a manhã de sábado (27), os senadores da base do presidente Michel Temer vão cuidar de fazer um número de intervenções parelho ao do grupo que defende Dilma: “se os apoiadores de Dilma devem fazer 20 perguntas, a base de Temer fará número semelhante, para que não haja apenas uma narrativa.”
Na segunda-feira (29), quando Dilma irá ao Senado para fazer sua própria defesa, o grupo do impeachment deve ser mais atuante. “Me sinto quase que na obrigação, claro que de forma respeitosa, mas firme, de exercer meu direito e dever como senador e fazer a ela aguns questionamentos.”
Aécio prevê que o processo estará encerrado entre a noite de terça (30) e a madrugada de quarta-feira (31): “o Brasil poderá respirar com mais tranquilidade”.
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