Alckmin critica alta em internações de jovens: “deve ser para casos específicos”
64% das unidades da Fundação Casa abrigam mais mais adolescentes que seu máximo de capacidade. Isso mostra que duas em cada três unidades de atendimento no Estado de São Paulo há superlotação, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Os dados divulgados pelo jornal mostram que 94 das 146 unidades de atendimento do Estado vivem situação de superlotação.
O governador Geraldo Alckmin concordou que há número alto de adolescentes nos espaços e apontou que internações são feitas de modo desnecessário. “A privação de liberdade deve ser para casos específicos, mais graves, e não desta forma. Então, você vai verificar que no Brasil há uma diferença absurda. Você não tem Estado com mais de dois mil adolescentes em privação de liberdade. Como é que temos 10 mil?”, questionou.
Alckmin disse que busca mudar a visão do Judiciário em relação à medida em crimes menos graves para garantir melhor recuperação dos jovens.
Marina Rezende Bazon, especialista em delinquência juvenil da USP de Ribeirão Preto, alertou para a ineficiência da pena de restrição de liberdade.
“A questão é que no Brasil a gente usa abusivamente da internação. A privação de liberdade, por si só, é uma medida que na maior parte das vezes tem mais contras do que prós”, disse.
Em nota, a Fundação Casa explicou que a superlotação, na prática, é “atender sete adolescentes a mais em um centro socioeducativo, por exemplo”.
A Fundação assegurou que, mesmo assim, não há prejuízo socioeducativo à rotina do jovem com alimentação, vestuário, atendimento, aulas, esporte e lazer.
*Informações do repórter Fernando Martins
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