Além dos pacientes, médicos também são prejudicados com a crise da Unimed
Além de todo o prejuízo causado para os pacientes, os médicos cooperados da Unimed Paulistana também enfrentam dificuldades financeiras e uma série de incertezas relacionadas ao futuro da organização. No começo de setembro, a Agência Nacional de Saúde determinou que os 740 mil clientes fossem transferidos para outras operadoras, diante dos problemas administrativos e assistenciais. Desde então, os profissionais perderam pacientes e aqueles que faziam atendimento quase exclusivo à Unimed, fecharam consultórios.
O cirurgião Lourenilson José de Souza teve perdas mensais da ordem de R$ 15.000,00 e também cogita fechar seu consultório: “Eu deixei de dar plantões e os clientes praticamente desapareceram do consultório. Estamos esperando essa mudança para ver se o movimento retorna. Se não voltar, vamos ter que pensar em fechar o consultório”. Uma assembleia marcada para o próximo sábado (24/10) prevê a votação de proposta da diretoria executiva para a alteração do tipo societário.
A oftalmologista Ana Regina Cruz Vlanich afirma que a situação é muito ruim e que são fornecidas poucas informações sobre o que de fato pode acontecer: “O que nós estamos passando agora é um desespero total, quando você está no meio do jogo e não entende o que está acontecendo. Não tivemos informações precisas sobre isso, a diretoria informa que serão feitas reuniões, mas teremos um prazo muito curto, de apenas 5 dias, para tentar entender o que será essa mudança do tipo societário”.
A advogada Rosana Chiavassa diz que não existem impedimentos legais para a mudança de tipo societário, mas que a situação chama a atenção. Especializada em planos de saúde, ela alerta para a possibilidade de que os cooperados podem, em último caso, ter os bens bloqueados: “A dívida da Unimed Paulistana é impagável, o mercado fala até em bilhão. Temos falado com alguns médicos cooperados e eles estão desesperados também com medo de perder tudo o que eles têm”.
Uma auditoria contratada pela atual administração da cooperativa indicou que os problemas financeiros da empresa foram causados por má gestão. A operadora já vinha enfrentando dificuldades desde 2009, quando a Agência Nacional de Saúde começou a intervir na empresa.
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